O POVOonline
Diferentemente do que defendeu a ex-senadora Heloisa Helena (Psol), o pré-candidato da sigla ao Planalto, Plínio de Arruda Sampaio, condenou a aliança com o PV de Marina Silva
Hébely Rebouças
hebely@opovo.com.br
O pré-candidato à Presidência da República pelo Psol e um dos nomes históricos da esquerda brasileira, Plínio de Arruda Sampaio, 79 anos, rechaçou ontem, em Fortaleza, qualquer possibilidade de aproximação com a candidatura ``burguesa``, ``morna`` e ``eco-capitalista`` representada, segundo ele, pela senadora Marina Silva & escolhida pelo PV para disputar o Palácio do Planalto em 2010. A fala
Durante entrevista coletiva na sede do Psol cearense, Plínio foi enfático ao defender sua campanha para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e duro ao criticar a postura ambígua do PV em alguns estados. ``Nós temos que ter um discurso de choque. A Marina tem a mania de engolir sapo, passou seis anos engolindo o Governo Lula. E esse discurso ameno não ganha eleição, não se sustenta``, criticou.
A reação veio dias após a senadora Heloisa Helena, uma das principais referências do Psol no Brasil e ex-candidata à Presidência pelo partido, ter dito que Marina é a melhor opção para governar o País. Reforçando sua insatisfação diante da hipótese de aliança, Plínio chegou a dizer que pretende formalizar uma reclamação à executiva nacional do partido, por causa da decisão de abrir o diálogo com o PV. Segundo ele, a Conferência Nacional do Psol & ocorrida em agosto deste ano & deliberou que o partido lançaria candidato próprio à Presidência.
Apesar do racha, Plínio considerou natural e legítima a discussão, lembrando que qualquer decisão só será tomada em março do ano que vem, quando o Psol se reúne novamente para definir os rumos para a corrida eleitoral.
Pragmatismo?
Não se alinhar ao PV em 2010 significa reduzir o arco de apoios e, consequentemente, aumentar o nível de dificuldade para eleger deputados federais, estaduais, por exemplo? Para Plínio, não necessariamente. Ele avaliou que é pura ilusão imaginar que o PV pode fazer a diferença na performance eleitoral do Psol. ``Na atual conjuntura, nós não temos a hegemonia. Eles, sim. Os votos deles não serão transferidos para nós``, argumentou.
O socialista foi além ao afirmar que ser pragmático, no momento, é levantar a bandeira socialista e defender o programa da legenda & e não entrar em uma aliança que, segundo ele, pode ser facilmente desmascarada. ``Precisamos fazer uma proposta anticapitalista``, bradou.
Questionado sobre as limitações de uma possível campanha protagonizada por ele, que já se aproxima dos 80 anos, Plínio lançou mão do bom humor e garantiu que é possível fazer um bom debate sem precisar sair pulando de estado em estado. ``Vou ficar sentadinho, tomando meus remedinhos, levantando o debate``, brincou.
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