18 de nov. de 2009

Eleição do PT testa força do projeto Dilma nos Estados

SÍLVIA FREIRE
BRENO COSTA
GRACILIANO ROCHA
da Agência Folha

As eleições diretas para os diretórios estaduais do PT, que acontecem no próximo domingo, vão testar em alguns Estados a aceitação pela base do partido da decisão da cúpula nacional do PT e do presidente Lula em formar uma ampla aliança em torno da candidatura da ministra Dilma Rousseff à Presidência em 2010.

Pelo menos em Minas, Paraná e Maranhão, a eleição interna do partido está polarizada entre correntes que defendem o lançamento de candidaturas próprias e alas que apoiam a construção de alianças visando uma coligação ampla para a candidatura à Presidência.

Em Minas, o "soldado" de Lula é o candidato Gleber Naime, que tem o apoio do ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social). O ministro é favorável a uma composição com o ministro peemedebista Hélio Costa (Comunicações), líder nas pesquisas de intenção de voto para o governo.

A posição é oposta à do ex-prefeito de BH Fernando Pimentel, amigo pessoal de Dilma, mas que defende a candidatura própria do PT em solo mineiro. O ex-prefeito apoia o atual presidente do PT-MG, Reginaldo Lopes.

No Paraná, o secretário Ênio Verri (PT), candidato da CNB (Construindo um Novo Brasil), corrente majoritária do PT, defende a coligação com um candidato da base aliada de Lula para o governo.

O deputado estadual Tadeu Veneri, que tem apoio de correntes ligadas à esquerda petista, defende a candidatura própria. Segundo ele, a eleição de domingo não será definitiva em relação à política de alianças no Estado, pois a militância deve levar em conta outros pontos do programa do partido.

Em Pernambuco, as duas principais candidaturas à presidência do diretório estadual defendem a continuidade da aliança com o PSB do governador Eduardo Campos. Os dois candidatos minoritários defendem a candidatura própria.

A disputa pelo comando do diretório do PT no Maranhão divide os candidatos entre o apoio à governadora Roseana Sarney (PMDB) e a oposição à família Sarney.

O candidato da CNB no Maranhão, Raimundo Monteiro, disse que sua posição é seguir a orientação do diretório nacional e se aproximar do PMDB em 2010. "Depois da eleição vamos ver qual é a fatia de cada grupo no diretório estadual. O novo diretório terá a responsabilidade de conduzir o processo eleitoral no Estado", disse.

No Pará, a discussão interna gira em torno da renovação da aliança com o PMDB e o PTB, que já integram o governo de Ana Júlia Carepa (PT). Ela deve disputar a reeleição.

O candidato Bira Rodrigues, da chapa Movimento PT, é contra a aliança com o PTB do prefeito de Belém, Duciomar Costa, e defende a discussão do tamanho do PMDB dentro do programa de governo.

No Rio Grande do Sul, a disputa interna tem quatro candidatos a presidente, mas o deputado estadual Raul Pont (Mensagem ao Partido), é o favorito, com o apoio do ministro Tarso Genro, pré-candidato ao governo. O grupo de Tarso tenta atrair PDT e PTB, partidos aliados ao prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, provável nome do PMDB à sucessão estadual e adversário histórico do PT.

No Ceará, 6 das 7 chapas apoiam a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), para a presidência do diretório e defendem a continuidade da aliança com o governador Cid Gomes (PSB), que apoiaria Dilma. Para o secretário-geral do PT-CE, Antônio Carlos de Freitas, a posição só deverá ser rediscutida se Ciro Gomes (PSB) disputar o Planalto.




http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u654075.shtml

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