BRENO COSTA
GRACILIANO ROCHA
da Agência Folha
As eleições diretas para os diretórios estaduais do PT, que acontecem no próximo domingo, vão testar em alguns Estados a aceitação pela base do partido da decisão da cúpula nacional do PT e do presidente Lula em formar uma ampla aliança em torno da candidatura da ministra Dilma Rousseff à Presidência em 2010.
Pelo menos em Minas, Paraná e Maranhão, a eleição interna do partido está polarizada entre correntes que defendem o lançamento de candidaturas próprias e alas que apoiam a construção de alianças visando uma coligação ampla para a candidatura à Presidência.
Em Minas, o "soldado" de Lula é o candidato Gleber Naime, que tem o apoio do ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social). O ministro é favorável a uma composição com o ministro peemedebista Hélio Costa (Comunicações), líder nas pesquisas de intenção de voto para o governo.
A posição é oposta à do ex-prefeito de BH Fernando Pimentel, amigo pessoal de Dilma, mas que defende a candidatura própria do PT em solo mineiro. O ex-prefeito apoia o atual presidente do PT-MG, Reginaldo Lopes.
No Paraná, o secretário Ênio Verri (PT), candidato da CNB (Construindo um Novo Brasil), corrente majoritária do PT, defende a coligação com um candidato da base aliada de Lula para o governo.
O deputado estadual Tadeu Veneri, que tem apoio de correntes ligadas à esquerda petista, defende a candidatura própria. Segundo ele, a eleição de domingo não será definitiva em relação à política de alianças no Estado, pois a militância deve levar em conta outros pontos do programa do partido.
Em Pernambuco, as duas principais candidaturas à presidência do diretório estadual defendem a continuidade da aliança com o PSB do governador Eduardo Campos. Os dois candidatos minoritários defendem a candidatura própria.
A disputa pelo comando do diretório do PT no Maranhão divide os candidatos entre o apoio à governadora Roseana Sarney (PMDB) e a oposição à família Sarney.
O candidato da CNB no Maranhão, Raimundo Monteiro, disse que sua posição é seguir a orientação do diretório nacional e se aproximar do PMDB em 2010. "Depois da eleição vamos ver qual é a fatia de cada grupo no diretório estadual. O novo diretório terá a responsabilidade de conduzir o processo eleitoral no Estado", disse.
No Pará, a discussão interna gira em torno da renovação da aliança com o PMDB e o PTB, que já integram o governo de Ana Júlia Carepa (PT). Ela deve disputar a reeleição.
O candidato Bira Rodrigues, da chapa Movimento PT, é contra a aliança com o PTB do prefeito de Belém, Duciomar Costa, e defende a discussão do tamanho do PMDB dentro do programa de governo.
No Rio Grande do Sul, a disputa interna tem quatro candidatos a presidente, mas o deputado estadual Raul Pont (Mensagem ao Partido), é o favorito, com o apoio do ministro Tarso Genro, pré-candidato ao governo. O grupo de Tarso tenta atrair PDT e PTB, partidos aliados ao prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, provável nome do PMDB à sucessão estadual e adversário histórico do PT.
No Ceará, 6 das 7 chapas apoiam a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), para a presidência do diretório e defendem a continuidade da aliança com o governador Cid Gomes (PSB), que apoiaria Dilma. Para o secretário-geral do PT-CE, Antônio Carlos de Freitas, a posição só deverá ser rediscutida se Ciro Gomes (PSB) disputar o Planalto.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u654075.shtml
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