17 de nov. de 2009

Para petistas, aproximação entre Ciro e Aécio é provocação a Serra e não uma aliança

MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

A aproximação do governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) e do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), dois presidenciáveis, declarada publicamente nesta terça-feira foi recebida pelo PT como uma provocação ao governador de São Paulo José Serra (PSDB), que disputa com Aécio a indicação para concorrer ao Palácio do Planalto em 2010.

Nos bastidores, petistas avaliam que Ciro, eterno desafeto de Serra, não pretende fazer parte de uma chapa com o PSDB, que é comandado por aliados do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem rompeu.

Candidato à presidência do PT que vai negociar as alianças do partido para as próximas eleições, o secretário-geral do partido, deputado José Eduardo Cardozo (SP), evitou polemizar e minimizou um possível entendimento entre o governador de Minas e o deputado.

Para Cardozo, Ciro tem uma plataforma governista e deve andar ao lado da pré-candidata petista à sucessão presidencial, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).

"Eu confio no nosso projeto. Tenho certeza que o projeto que o deputo Ciro Gomes tem para o país tem muito mais a ver com o governo Lula. Eu tenho certeza que ele estará conosco", disse.

Para o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), uma chapa composta por Aécio e Ciro ainda não foi objeto de discussão no partido.

Guerra disse, no entanto, que a política de aliança dos dois presidenciáveis terá peso na hora do partido definir seu nome. "Isso [aliança Ciro e Aécio] nunca passou pelo partido. [...] É claro que as políticas de aliança dos dois candidatos é uma variável que será considerada", afirmou.

Ao lado de Aécio, Ciro afirmou hoje que desistiria de sua candidatura se o governador mineiro estivesse na disputa. "Se o governador Aécio Neves se viabilizar candidato a presidente da República, penso que sua presença é tão importante para o Brasil que a minha candidatura não é necessária mais. Voltando a repetir, quem decide se sou candidato, ou não, é o meu partido. Mas a minha necessidade aguda de ser candidato não remanesce mais. Por que? Porque o Aécio encerra esse provincianismo", disse o socialista, acompanhado de Aécio.

Sobre a possibilidade de ser o vice de Aécio, Ciro desconversou. "Sobre candidatura, meu partido é quem decide."

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u653796.shtml

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