17 de nov. de 2009

Aécio vê governo federal refém do PMDB

Juliana Cipriani - Estado de Minas

O governador Aécio Neves (PSDB) criticou a relação do governo federal com o PMDB e disse que os tucanos teriam melhores condições de construir uma base aliada sólida da qual os peemedebistas também poderiam fazer parte. Depois de encontro com líderes do PSDB de Alagoas, onde foi buscar apoio para sua pré-candidatura à Presidência da República, o governador defendeu sua capacidade de agregar partidos na aliança como critério para a escolha do nome do PSDB para disputar o Palácio do Planalto.

Aécio afirmou que o governo federal se tornou refém do PMDB na construção de suas relações institucionais e de distribuição dos espaços políticos. “Não é bom que o governo seja refém de um partido. Hoje, no quadro brasileiro, extremamente plural do ponto de vista partidário, é necessário que se façam alianças, mas é bom que elas não signifiquem a hegemonia de um só partido no governo”, afirmou. Para o governador, o apoio do PMDB é necessário, mas o PSDB quer construir uma base sem hegemonia de qualquer partido. “O PMDB é necessário hoje para a governabilidade, mas essa relação pode ser feita em termos diferentes dos atuais”, disse.

O “alargamento” do governo pelo PT, que chegou a 40 ministérios, foi outro ponto criticado por Aécio. “O governo do PT tem essa característica do aparelhamento, a meu ver excessivo da máquina pública em troca de apoios no Congresso”, disse. Um exemplo dado pelo governador é o sistema Eletrobrás, que no episódio recente do apagão teve vários desencontros de informação sobre a responsabilidade pela pane que levou à falta de energia. “Assistimos ao desencontro de informações e explicações em relação ao apagão, em parte, porque há oito ou 10 entidades dentro do Sistema Eletrobrás, muitas delas bateram cabeça.”

Embalado por nova pesquisa divulgada no fim de semana, que pela primeira vez o coloca à frente do governador de São Paulo, José Serra, Aécio volta a investir esta semana em aliados do governo federal. Pelos números da Vox Populi, Aécio só perderia para o presidente Lula, se este pudesse ser candidato à reeleição. Dos consultados na pesquisa espontânea,13% votariam em Lula, 11% em Aécio, 10% em Serra e 6% em Dilma Rousseff (PT).

Ciro

O governador mineiro se encontra nesta terça-feira com o deputado federal Ciro Gomes, pré-candidato à presidente pelo PSB. Aécio disse que gostaria de estar junto em um projeto político com seu amigo. “Existe uma certa naturalidade nessa relação com o PSB e vamos aprofundar. Acho que poderemos explorar todas essas possibilidades, respeitando obviamente também uma candidatura do deputado Ciro Gomes”, disse.

Em Maceió, Aécio buscou aproximação com o governador Teotônio Vilela Filho, ligado ao grupo do governador José Serra e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O governador recebeu a medalha Marechal Deodoro da Fonseca e participou de reunião da Executiva tucana local. Ele voltou a dizer que o candidato do PSDB precisa ser escolhido até dezembro para que seja possível agregar alianças.

Em mais uma viagem ao Nordeste, Aécio defendeu a continuidade do Bolsa-Família, mas disse que os tucanos podem dar um passo além, cuidando da qualificação dos beneficiários do programa.

http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_3/2009/11/17/em_noticia_interna,id_sessao=3&id_noticia=136306/em_noticia_interna.shtml

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