Para Denise Paraná, apesar de ser lançado em ano de eleição, “presidente não é candidato”
Andréia Sadi, do R7
A autora do livro Lula, o Filho do Brasil, Denise Paraná, disse ao R7 que contar a vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é mostrar como o que é considerado impossível pode se tornar possível. O livro de Denise inspirou o filme de mesmo nome e que chega às telas de cinema de todo país no começo de janeiro.
O filme começa com o nascimento de Lula e termina quando ele se torna um líder de massas. Não chega a retratar a fase em que ele assume a Presidência da República. Segundo Denise, não é um filme político, mas de superação humana.
- Lula, o Filho do Brasil é um drama humano calcado principalmente numa relação mãe e filho. E Lula não aparece como herói ou mito, mas como um ser humano. Retrata uma relação entre uma mulher de fibra e seus filhos, especialmente o Lula.
A “mulher de fibra” é dona Lindu, mãe do presidente falecida em 1980 e sua maior influência. Para Denise, o filme retrata “o homem humano” e, apesar de ser lançado em ano eleitoral, ela descarta este cunho já que o “presidente não é candidato a nada”.
- As críticas surgiram antes que o filme fosse exibido. Mas no cinema as pessoas verão que não há nele nenhum tipo de campanha.
Confira os principais trechos da conversa da autora com o R7:
R7: Por que escrever um livro sobre o presidente Lula? Ou o livro é sobre o homem Lula, o símbolo, "o cara" e não a autoridade, o chefe de Estado?
Denise Paraná: Nem a minha tese de doutorado, que deu origem ao filme, nem este meu novo livro, tratam da história de um chefe de Estado. O livro novo que escrevi, chamado “A história de Lula, o filho do Brasil”, editado pela Objetiva, retrata a história de um homem – como diz Guimarães Rosa – um “homem humano”. A idéia é mostrar como nasceu, como foi forjada a personalidade deste que é hoje reconhecidamente um dos maiores líderes do planeta. Escrever sobre o Lula é, ao mesmo tempo, mostrar como o que é considerado impossível pode se tornar possível e, ao mesmo tempo, retratar a história do povo brasileiro. E tudo isso se dá tendo a vida de Lula e sua mãe Lindu como fio condutor.
R7: Como você vê as críticas de que o filme é eleitoreiro já que será lançado em pleno ano eleitoral em que, pela primeira vez desde a redemocratização, o presidente não disputará uma eleição?
Denise Paraná: O filme não é eleitoral e Lula nem é candidato a nada. As críticas surgiram antes que o filme fosse exibido. Mas no cinema as pessoas verão que não há nele nenhum tipo de campanha. “Lula, o filho do Brasil” é um drama humano calcado principalmente numa relação mãe e filho. E Lula não aparece como herói ou mito, mas como um ser humano.
R7: Você acha que o filme traz votos para a candidata do presidente, a ministra Dilma, ou não existe este tipo de associação?
Denise Paraná: Sinceramente não acredito que o filme trará benefícios para a candidatura da ministra Dilma Os cientistas políticos que mais acreditam na capacidade de transferência de votos que eu conheço falam em, no máximo, 20%. Se Lula está com algo entre 70 a 80% de aprovação, que diferença fará o filme se ele só poderá transferir 20%? Além disso, o filme não é sobre partidos políticos ou administração do país.
http://noticias.r7.com/brasil/noticias/filme-nao-e-eleitoral-diz-autora-de-livro-sobre-lula-20091117.html
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