18 de nov. de 2009

Ciro volta a incensar candidatura Aécio

Valor Econômico

O deputado Ciro Gomes (CE), pré-candidato do PSB à Presidência da República em 2010, reafirmou ontem sua intenção de disputar o Planalto em 2010, mas voltou a admitir que se o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, for o nome tucano na disputa, sua candidatura não será mais necessária. "Se o governador Aécio Neves se viabilizar candidato a presidente da República, penso que sua presença é tão importante para o Brasil que a minha candidatura não é necessária mais. Voltando a repetir, quem decide se sou candidato, ou não, é o meu partido. Mas a minha necessidade aguda de ser candidato não remanesce mais. Por que? Porque o Aécio encerra esse provincianismo", disse o deputado, acompanhado de Aécio, durante visita a Minas, no lançamento do portal "Brasil tem jeito". Sobre a possibilidade de ser o vice de Aécio, Ciro desconversou: "Meu partido é quem decide."

Ciro disse ainda que não poderia dar lição ao tucano de como ele deveria barrar a candidatura do governador de São Paulo, José Serra, ao Planalto. Aécio e Serra disputam a indicação do PSDB. "O neto do Tancredo Neves não vai receber lição de ninguém."

O deputado voltou a afirmar que não tem a intenção de disputar o governo de São Paulo em 2010. "O presidente Lula pediu que eu fizesse essa transferência [de título para São Paulo] para manter a porta aberta e ajudar a organizar as coisas em São Paulo que é um Estado importante do Brasil. Se depender de mim, não serei [candidato em São Paulo]."

Aécio, por sua vez, disse que não há como Ciro e ele não estarem juntos de alguma forma. "Temos uma visão muito parecida de quais são os grandes desafios do Brasil. Vamos conversar como fazemos permanentemente sobre o Brasil, sobre o processo eleitoral. E na política, como eu disse, se pudéssemos estar juntos, para mim seria extraordinário. Se não pudermos, nós não deixaremos de ter afinidades."

O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), reconheceu que a declaração de apoio de Ciro à candidatura de Aécio ao Palácio do Planalto favorece o nome do tucano na disputa interna para encabeçar a chapa presidencial. Guerra disse que o eventual apoio do PSB a uma candidatura tucana seria "muito importante" para a legenda - apesar de considerá-la improvável. "Sou da terra do presidente do PSB, e não acho isso provável", afirmou. Guerra aposta no apoio do PSB à candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) ao Palácio do Planalto, mas não descarta o embarque de Ciro na candidatura de Aécio.

O senador admitiu que, no momento do PSDB definir o nome do seu candidato à Presidência, as alianças poderão ajudar na escolha entre Aécio e Serra. "O que vamos fazer é examinar em conjunto, no tempo adequado, as possibilidade eleitorais de ambos. O arco de alianças que podem introduzir, as candidaturas que podem fazer."

Para o senador Renato Casagrande (PSB-ES), as declarações de Ciro em apoio a Aécio representam sua opinião pessoal, não do partido como um todo. "É um movimento feito por dois pretendentes a candidatos à Presidência que se movimentam de forma conjunta, buscando furar bloqueios impostos a eles. O Aécio tem o bloqueio do próprio PSDB, e o Ciro, das alianças que ainda não firmou", disse.

https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2009/11/18/ciro-volta-a-incensar-candidatura-aecio

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