congressoemfoco - Mário Coelho
A candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, afirmou neste domingo (19) que não vai depor na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado para falar das recentes denúncias de propina e lobby na Casa Civil. Ontem, o vice-líder do PSDB na Casa Alvaro Dias (PR) anunciou que vai apresentar um requerimento amanhã (20) para que Dilma preste um depoimento à comissão sobre os casos revelados envolvendo a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra.
"Eu já foi acusada de quase tudo. Convite do senador Alvaro Dias não aceito nem para cafezinho", disse Dilma em entrevista coletiva realizada após carreata em Ceilândia, região administrativa distante 26 quilômetros do Plano Piloto de Brasília. Para a presidenciável, que lidera com folga as últimas pesquisas eleitorais contra o tucano José Serra, o convite para depor na CCJ é uma tentativa de se aproveitar do assunto eleitoralmente. "Isso é uma tentativa do senador Alvaro Dias de criar um factóide", disse a petista.
Na entrevista, Dilma afirmou que a mais recente denúncia envolvendo a Casa Civil, de que funcionários receberam propina após o Ministério da Saúde adquirir o remédio Tamiflu para combater o vírus H1N1, da gripe A, é estranha. Sobre Vinicius Castro, ex-assessor jurídico da Casa Civil, que, segundo a revista Veja, recebeu R$ 200 mil de suborno, ela disse que não nomeou ele para o cargo. “Eu não nomeei este senhor. Ele era de confiança dela [referindo-se à ex-ministra Erenice Guerra], não da minha. E não farei julgamentos desta questão antes de os fatos serem apurados”, disse.
Ao adiantar que vai apresentar o requerimento de convite a Dilma, Alvaro Dias disse que a ex-ministra da Casa Civil não pode se esconder das denúncias. A petista foi a principal fiadora da nomeação de Erenice Guerra como titular da pasta. "Ela não pode se esconder. Ela tem que dar explicações sobre as denúncias de corrupção que envolvem a Casa Civil. É o caso de se investigar a ex-ministra Dilma Rousseff. Se ela ainda fosse ministra, seria ela a demitida. Não sendo ministra, há que ser investigada", afirmou.
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