22 de set. de 2010

Serra diz que alianças são 'locais' ao justificar apoio tucano a Joaquim Roriz

Folha

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, justificou a aliança de seu partido com Joaquim Roriz (PSC-DF), ameaçado pela Lei da Ficha Limpa, dizendo que os acordos políticos entre as siglas são "locais".

No Distrito Federal, o PSDB faz parte da coligação que apoia Roriz, candidato a governador.

A declaração --gravada na noite de ontem--- foi ao ar no jornal "Bom Dia Brasil", da TV Globo, na manhã de hoje. Durante vinte minutos, o candidato foi questionado pelos jornalistas do programa a respeito de suas propostas de governo e sobre a condução de sua campanha.

Sobre as alianças, Serra disse que "elas são sempre locais e regionais" e que "uma aliança não é decidida nacionalmente." Ele também foi questionado sobre o uso da imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O tucano disse que o uso da imagem estava voltado para a candidata de Lula, Dilma Rousseff (PT), e buscava mostrar que "ela não tem uma história, não tem uma biografia sólida, consistente com uma candidatura dessa importância com a Presidência da República".

Sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Serra disse: "Ninguém mais do que eu tem defendido as coisas boas do governo dele [FHC]".

Questionado se não seriam eleitoreiras as promessas de aumento do salário mínimo para R$ 600 e de 10% para aposentadorias e pensões, o tucano negou.

Ele afirmou que haverá receita adicional, que, no entanto, é subestimada pelo governo. O ex-governador defendeu cortes em cargos de confiança e renegociação de contratos para realizar a promessa.

Sobre a demora para se lançar candidato, ele disse que não queria misturar governo com campanha.

Quando o assunto foi intervenção no BC e juros altos, Serra defendeu a responsabilidade fiscal e o câmbio flutuante, mas disse que o câmbio deve ser corrigido junto com os juros.

Ele criticou a maneira como o governo atua na defesa comercial do país, pois, em sua opinião, "o Brasil atua com burrice nessa área". O candidato disse que a abertura comercial brasileira foi no "estilo de cavalaria antiga: rápido e malfeito".

Ele atacou a invasão de produtos industrializados da China e disse que o gigante asiático não é uma economia de mercado.

Quanto às propostas para educação, Serra defendeu o uso de estudantes de pedagogia nas salas de alunos da primeira série do ensino fundamental.

Em suas considerações finais, o candidato do PSDB disse que o país vive um "período crítico" de sua história. "As pessoas estão satisfeitas hoje, mas é preciso que estejam satisfeitas amanhã", afirmou.

Serra disse que "temos que ter avanços na segurança, na saúde, na educação e na defesa das liberdades". "Hoje nós temos uma chantagem sobre a imprensa brasileira", declarou.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/802792-serra-diz-que-aliancas-sao-locais-ao-justificar-apoio-tucano-a-joaquim-roriz.shtml

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