RECIFE (Reuters) - Criar 13o salário para o programa Bolsa Família e aumentar em dois milhões o número de atendidos no Nordeste foram as cartas lançadas pelo presidenciável José Serra (PSDB), durante o debate SBT-TV Jornal, na noite de segunda-feira no Recife.
O candidato assegurou que o programa foi uma junção das medidas implementadas durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi um continuador da proposta.
"Deu certo o Bolsa Família e se apresentam (o PT) como criadores, quando foram continuadores", criticou Serra, que também reafirmou a proposta de ampliar o salário mínimo para 600 reais e conceder reajuste de 10 por cento nas aposentadorias. Atualmente, cerca de 6,4 milhões de famílias nordestinas são beneficiadas com o Bolsa Família.
As propostas do tucano chegam na tentativa de cativar o público da região, onde sua principal adversária, Dilma Rousseff (PT), conta com 65 por cento da preferência do eleitorado, segundo dados da última pesquisa Datafolha.
Líder nas pesquisas de intenção de voto, Dilma não foi ao debate. De acordo com os últimos levantamentos, a candidata petista venceria a eleição presidencial já no primeiro turno, marcado para 3 de outubro.
Além do tucano, participaram do debate a candidata do PV, Marina Silva, e o do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio.
Serra prometeu ainda criar a Secretaria Nacional do Semi-Árido. Entretanto, se esquivou de detalhar a proposta, afirmando apenas que seu funcionamento poderá ser subordinado à Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
"Nós vamos levar a Sudene para a Presidência da República, para fazer toda essa reformulação, se concluirá pela criação de duas entidades independentes é uma coisa a ser resolvida ao longo dos primeiros meses de governo", informou o tucano.
A ausência de Dilma foi criticada pelos três participantes. José Serra foi o mais enfático, ao declarar que a presidenciável "menospreza o Nordeste". Para Plínio, que roubou a cena com suas provocações, a petista estaria com medo de explicar as denúncias envolvendo a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra. "Não veio porque é fujona!" Já Marina considerou a ausência de Dilma "uma ingratidão".
(Reportagem de Bruna Serra)
http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE68K02220100921
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