Folha
MARIA CLARA CABRAL
da Sucursal de Brasília
Dirigentes do PSB avaliam que o partido está, atualmente, mais perto de fechar uma aliança com Dilma Rousseff (PT) do que apoiar a candidatura próprio de Ciro Gomes (PSB) à Presidência.
A viabilização do acordo dependeria agora apenas de achar uma saída honrosa para o deputado e para a própria legenda. Uma das possibilidades seria o PT abrir mão de candidaturas em alguns Estados ou até mesmo ceder partidos para apoiar o PSB. Em São Paulo, por exemplo, "deixar" que siglas menores apoiassem Paulo Skaf (PSB) e não Aloizio Mercadante (PT), para criar um palanque duplo para Dilma e, ao mesmo tempo, viabilizar a candidatura do PSB.
"Se não tivermos espaço para negociar nada, não nos deixam muita alternativa", disse o deputado Márcio França (PSB-SP).
A cúpula do PSB se reúne na terça-feira da semana que vem para bater o martelo sobre o assunto. "Antes disso devemos ter várias conversas internas e muita coisa pode acontecer", ressalta Rodrigo Rollemberg (DF). O próprio Ciro tem sido procurado para participar desses encontros, mas ninguém do partido o encontro já há algum tempo.
Ontem, um email da juventude do partido começou a circular na internet declarando apoio à candidatura própria. "Veementemente somos contrário à ausência de candidatura à Presidência da República e não ficaremos inertes ante uma postura contrária a este propósito. Não somos uma aglomeração, somos um partido com mais de 60 anos de história", diz o documento.
Na semana passada, Ciro Gomes escreveu uma carta em seu site dando um ultimato ao PSB. Ele afirmou não conseguir entender o que a legenda espera dele e disse que os rumos das eleições não podem ser decididos por 'seis pessoas fechadas e isoladas em gabinetes de Brasília ou de São Paulo'.
Vice-presidenteda legenda, Roberto Amaral, acusou o deputado de ser 'injusto' e ter se 'isolado' nas últimas semanas.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u723390.shtml
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