21 de abr. de 2010

Dilma e Serra participam de maratona de entrevistas na TV

Folha - colaboração para a Folha

Enquanto a pré-candidata ao Planalto Dilma Rousseff (PT) alfinetou o adversário à corrida presidencial José Serra (PSDB) em maratona de entrevistas às emissoras da Rede Bandeirantes na noite desta quarta-feira, o tucano preferiu evitar o confronto em série de entrevistas ao SBT.

No início da semana, Serra disse que o PAC era uma "lista de obras". Em resposta ao adversário e questionada por Datena sobre obras que não saíram do papel, Dilma disse que obras como a do Rodoanel, de Heliópolis, de Paraisópolis, das represas Billings e Guarapiranga, vitrines da publicidade do governo do Estado recentemente inauguradas, faziam parte do PAC.

"Como que o PAC não existe?", questionou a ex-ministra.

Serra, por sua vez, tentou amenizar o tom das recentes críticas à política externa do governo Lula, chamada de "ridícula" por partido aliados ao PSDB. Serra afirmou que "tudo tem uma evolução e muitas conquistas importantes" e ressaltou a vitória diplomática da quebra de patentes dos medicamentos genéricos, da qual participou durante o governo FHC.

Ataques

O ex-governador de São Paulo, porém, mudou de tom quando o assunto foi MST. Sobre as recentes invasões dos Sem-Terra, Serra afirmou que o movimento ganha muito dinheiro do Estado para continuar realizando invasões e "usa a reforma agrária como pretexto". "Trata-se de um movimento político com interesses políticos", disse.

Dilma também foi enfática ao explicar sua recente alfinetada contra Serra, a quem chamou de "biruta de aeroporto" na última segunda-feira (19). Ela criticou a mudança de comportamento dos opositores. "Por sete anos eles fizeram oposição a nós e criticaram nossas propostas. Não é possível que o povo acredite que quem tanto nos criticou seja a favor dos nosso programas", disse.

Sobre o tom de suas críticas, Dilma se defendeu: "Nem eu sou tão brava quanto dizem, nem eles são tão bonzinhos quanto parecem."

Reeleição

Serra defendeu o mandato presidencial de cinco anos e fez referência ao presidente Juscelino Kubitschek. "Observando o Brasil como um todo, é possível ver que não deu certo. Em alguns lugares deu certo; em outros não", disse.

A afirmação deu brecha ao comentário sobre as pretensões presidenciais do ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves, do mesmo partido do pré-candidato. Questionado sobre se o ex-governador seria seu sucessor no Planalto caso fosse eleito neste ano, Serra disse que é contra o segundo mandato há mais tempo que as especulações sobre Aécio presidente. "É uma música que eu toco há muito tempo", comentou.

Sobre sucessão, Dilma disse que é difícil descolar sua imagem do presidente Lula quando questionada sobre sua identidade política. "Não posso dizer que não vivi de 2003 a 2010", disse, em referência ao tempo que permaneceu no governo.

Dilma também lembrou de seu passado como guerrilheira --ela integrou o movimento VAR-Palmares durante a ditadura militar-- e falou de seu processo de recuperação contra um câncer linfático, diagnosticado em 2009.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u724137.shtml

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