27 de abr. de 2010

Presidente do PT se diz otimista sobre apoio de Ciro a Dilma

Folha- DANIEL RONCAGLIA
da Reportagem Local

O presidente do PT, José Eduardo Dutra, afirmou que está otimista sobre o apoio do PSB e do deputado Ciro Gomes à pré-candidata do partido da disputa presidencial, Dilma Rousseff. "Estou otimista. Ele foi ministro do governo, deputado da base do governo no segundo mandato e é amigo da Dilma", disse.

Nesta terça-feira, a Executiva do PSB desistiu da candidatura de Ciro. Em uma reunião tensa, em que integrantes da legenda acusaram a direção do partido de ser subserviente ao PT, o PSB avaliou que se enfraqueceria nos Estados caso mantivesse a candidatura presidencial.

"Temos que respeitar a decisão que o PSB tomou. A partir de agora, vamos sentar para conversar", afirmou Dutra. Segundo ele, os dois partidos irão se encontrar na próxima terça-feira para tratar da aliança, que deve ser formalizada no dia 17 de maio.

Dutra lembrou que o próprio presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disse que o partido deve apoiar Dilma. O dirigente petista também evitou comentar as declarações que Ciro tem feito contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Dilma e ao PT.

A cúpula do PSB embarca hoje para o Rio de Janeiro para se encontrar com Ciro Gomes e comunicá-lo oficialmente da decisão.

Campos disse que telefonou para Ciro e Dutra durante a reunião. Segundo ele, a reação de Ciro foi "tranquila". O presidente do PSB disse ter certeza de que Ciro seguirá a orientação do partido.

Ciro criticou a decisão do seu partido. Numa nota intitulada "Ao rei tudo, menos a honra", Ciro chamou a decisão do PSB de "erro tático". "Acho um erro tático em relação ao melhor interesse do partido e uma deserção de nossos deveres para com o país", escreveu.

O deputado será procurado pela senadora Marina Silva (PV-AC), pré-candidata à Presidência. "A própria Marina vai procurá-lo em tempo hábil. Temos que respeitar o tempo dele. Ninguém vai ficar urubuservando", afirmou o coordenador da pré-campanha da senadora, o vereador Alfredo Sirkis.

Alianças

Na semana passada, o PSB entregou ao coordenador político da campanha de Dilma, Fernando Pimentel, uma lista de exigências para um acordo nacional. Ontem, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que esses acordos podem não sair. "Isso é meio esquisito. O PT não tem o comando sobre todas as legendas. Se tivéssemos, os cenários em muitos Estados seriam diferentes", disse.

O senador e pré-candidato petista ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, afirmou que espera ter o apoio do PSB, que lançou a pré-candidatura do presidente da Fiesp, Paulo Skaf. "Se o PSB quiser vir para a coligação, será muito bem recebido", disse Mercadante à Rádio Bandeirantes.

Mesmo diante do cortejo do PT, o PSB ainda resiste em abrir mão de lançar Skaf e negociar sua indicação como vice de Mercadante. '"A possibilidade de o Skaf ser vice do Mercadante hoje é a mesma de o Mercadante ser vice dele", disse o deputado Márcio França.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u726813.shtml

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