28 de abr. de 2010

Maioria do PP defende Dornelles como vice de Serra

Adriano Ceolin, iG Brasília

A bancada do PP na Câmara e pelo menos 15 dos 27 diretórios do partido já se manifestaram a favor da coligação com o PSDB para a disputa da Presidência da República. Se a conta se mantiver até o fim de maio, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) deverá ser o vice na chapa do tucano José Serra, que conta com PPS e DEM.

Na manhã desta quinta-feira, a bancada reuniu-se na sede do partido em Brasília. Segundo o iG apurou, 35 dos 42 deputados participaram do encontro. Apenas dois se manifestaram contra a aliança com Serra: Mário Negromonte (BA) e Nelson Meurer (PR). “Hoje a maioria do partido é Serra”, disse Antonio Cruz (PP-MS).

Até o fim de fevereiro, a maioria do partido preferia apoiar Dilma. Então líder do partido, Negromonte chegou a realizar um jantar com a ex-ministra com integrantes do PP. Na época, 20 diretórios apoiavam contra 7 que defendiam a aliança com Serra. As contas mudaram depois que Serra foi lançado candidato e começou defender o nome de Dornelles como vice.

O convite para o PP integrar a chapa de Serra foi feito há 15 dias num jantar realizado no apartamento do senador Sérgio Guerra (PE), presidente nacional do partido e coordenador-geral da campanha de Serra. Cinco deputados do PP foram ao encontro: Sandes Jr (GO), Pedro Henry (MT), Ciro Nogueira (PI), Dudu da Fonte (PE) e o líder João Pizzolatti (SC).

“Foi uma conversa muito boa. Queremos Dornelles vice do Serra”, disse Sandes Jr. Os outros congressistas preferiram manter discrição, principalmente porque negociam alianças nos Estados. Ciro Nogueira, por exemplo, está mais próximo dos palanques do PTB e do PT, cujos candidatos se dizem aliados de Dilma Rousseff (PT).

Em Santa Catarina, o PP de Pizzolatti pode ser aliar ao PT também. Na terça-feira, a pré-candidata ao governo, deputada Angela Amim (PP), reuniu-se com Dilma no comitê da candidata em Brasília. “Foi uma conversa muito boa. Ela quer parceria”, disse. No entanto, o PT também lançou pré-candidata no Estado: a senadora Ideli Salvatti (SC).

Para evitar um ingresso imediato de Angela no palanque de Serra, a própria Ideli marcou o encontro de Dilma com Angela Amin. “Mas nós queremos garantia. A decisão caberá ao partido”, disse a deputada. Ela contou ao iG que também foi procurada por Serra. “Falamos por telefone e devemos nos encontrar”, afirmou.

Nesta quarta-feira, o PP deu mais uma boa notícia para Serra. Pré-candidato ao Senado, o deputado Benedito Lira (AL) fechou acordo com o governador Teotonio Vilela (PSDB), que disputará a reeleição. Na Câmara, Benedito sempre foi um dos defensores do governo Luiz Inácio Lula da Silva e da ex-ministra Dilma.

A decisão de Benedito em fechar com o governador tucano foi movido por uma questão de espaço. O candidato de Dilma ao governo de Alagoas será o Ronaldo Lessa (PDT). Para o Senado, a ex-ministra apoiará o nome de Renan Calheiros (AL), líder do PMDB no Senado.

Com Celso Russomano como candidato ao governo, o PP de São Paulo também é a favor da aliança com Serra. "O partido ficou muito sensibilizado com o convite da vice para o Dornelles. Vamos montar uma comissão de deputados discutir isso", afirmou o deputado Vadão Gomes (PP-SP). O ex-prefeito paulistano Paulo Maluf também já deu declarações favoráveis ao candidato tucano.

Ministério e emendas

O trunfo do governo Lula para segurar o PP na aliança é o Ministério das Cidades, comandado pelo partido desde 2005 quando o então presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PE), indicou Márcio Fortes para o cargo.

Na manhã desta quarta-feira, Fortes teve uma reunião com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para negociar a liberação de R$ 160 milhões em emendas parlamentares. “O problema é que a partir de junho isso vai acabar. Deputado do PP está preocupado com o futuro, com a eleição”, disse um congressista pepista ao iG

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/maioria+do+pp+defende+dornelles+como+vice+de+serra/n1237599145867.html

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