SÃO PAULO, 31 de agosto (Reuters) - A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, usou seu programa de rádio para comemorar as pesquisas que apontam vitória da petista no primeiro turno da corrida presidencial, enquanto seu principal adversário, José Serra (PSDB), recorreu a uma metáfora futebolística para exaltar sua experiência e criticar a rival.
"O Brasil vai mudar de presidente, e o que for resolvido nessa eleição vai ter muito a ver com o futuro do país. E olha, quem vai governar é o presidente que for eleito, ninguém vai governar com ele, não", disse Serra.
"É como um técnico de futebol que a torcida gosta e recebe uma proposta e vai para o exterior. Aí ele diz: 'ó, eu vou indicar o meu substituto, mas não se preocupem. Vocês não conhecem ele direito, mas eu vou orientá-lo, eu vou continuar dirigindo o time de longe'", comparou.
"Não tem o menor cabimento. Quem vai escalar o time em cada jogo, quem vai fazer as substituições no meio. Não se dirige de longe, não se terceiriza, não se governa na garupa. Quem é presidente tem que comandar a Presidência, é insubstituível."
A capanha de Dilma usou o início do tempo que tem reservado no rádio para comemorar a ascensão da candidata nas pesquisas eleitorais, mencionando levantamento do Ibope divulgado no fim de semana no qual ela aparece 24 pontos à frente de Serra com 51 por cento das intenções de voto, o que lhe garantiria vitória já no primeiro turno.
"Cresce a certeza. É Dilma presidente para o Brasil seguir mudando", disse um locutor enquanto ao fundo tocava uma música que dizia: "Olê, olê, olê, olá, Dilma, Dilma!"
O principal tema da propaganda da petista foi a saúde. "O governo de Lula e Dilma fez muita coisa nessa área e criou uma base sólida para continuar melhorando", garantiu um locutor.
Numa distante terceira colocação nas pesquisas de intenção de voto, a candidata do PV, Marina Silva, usou o tempo reduzido que tem no rádio para fazer um apelo pelo segundo turno na disputa pelo Palácio do Planalto.
"Os dois candidatos que ocupam o tempo da TV quase todo fazem uma campanha de chantagem emocional, como se o povo fosse menino pronto para ser enganado", acusou.
"Eu confio em você para a gente decidir essa eleição no segundo turno, com tempo igual para os candidatos, com debate para tratar dos problemas reais e achar soluções reais", pediu.
(Reportagem de Eduardo Simões; Edição de Vanessa Stelzer)
http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE67U05220100831
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