Correio Braziliense - 15/10/2009
Tiago Pariz
Não é por menos que os pensadores da candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, querem forjar a maior aliança de partidos para enfrentar a oposição na campanha presidencial do ano que vem. Se o PT conseguir firmar acordos com os cinco partidos que tem em vista, ela poderá faturar até 60% a mais do tempo de televisão (1) em relação à principal candidatura de oposição prevista, a do PSDB. Seriam pouco mais de 11 minutos disponíveis para vender ao eleitorado os feitos e propostas defendidas por Dilma, contra um período levemente inferior a sete minutos diários para os tucanos.
O cálculo leva em conta que o PT procura se acertar com PCdoB, PR, PDT, PMDB e PP. O PSDB, que tem como pré-candidatos os governadores José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais), teria nessa soma o apoio de DEM e PPS. A senadora Marina Silva (PV-AC) firmaria coligação com o PSol e o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) não teria alianças. O tempo de televisão foi distribuído, ainda, levando em consideração que outros dois partidos sem representação no Congresso terão candidatos. Por último, a lista foi elaborada de acordo com o cenário das últimas duas eleições e com base nas conversas mantidas pelos partidos sobre as potenciais alianças.
Na oposição e no governo, todos dizem que o tempo de televisão é decisivo. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), admite que a candidatura governista terá mais tempo, mas lembra que em 2006 e 2002 os tucanos tiveram mais espaço e foram derrotados. “A propaganda é importante. Candidato com mais tempo parece mais competitivo”, disse Sérgio Guerra. “Mas de seis para 10 minutos não faz muita diferença. O eleitor vai continuar achando que ambos têm chances”, emendou.
No primeiro turno de 2006, a coligação de Lula, formada por PT, PCdoB e PRB, teve direito a sete minutos e 21 segundos, contra dez minutos e 22 segundos do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) explicou que nas duas últimas eleições o maior tempo de televisão não foi relevante porque Lula, figura amplamente divulgada, era concorrente. No caso de Dilma, tal diferença poderia ser fundamental.
A briga por tempo de tevê é acirrada. Afinal, um marqueteiro é capaz de vender um utensílio doméstico ou criar uma nova tendência de moda em 30 segundos de veiculação. Você, leitor, levou mais ou menos três minutos para ler esta reportagem. Sendo assim, 11 minutos e seis segundos diários durante 45 dias são vistos pelos especialistas como uma eternidade.
1 - Bancadas federais
O cálculo oficial do tempo de TV será feito oficialmente em meados de 2010. De acordo com a lei eleitoral, um terço dos 25 minutos disponíveis são distribuídos igualmente entre todos os candidatos e dois terços levando em conta a bancada de deputados federais eleita. Deputados e senadores entendem, no entanto, que esse cenário favorável a Dilma pode se inverter caso o candidato do PSDB seja Aécio Neves, já que ele poderia atrair apoio do PP.
"A propaganda é importante. Candidato com mais tempo parece mais competitivo. Mas de seis para dez minutos não faz diferença"
Sérgio Guerra, presidente do PSDB
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2009/10/15/politica,i=148418/PRE+CAMPANHA+INDICA+QUE+DILMA+TERIA+MAIS+DE+11+MINUTOS+DE+TV+CONTRA+SETE+DOS+TUCANOS.shtml
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