14 de out. de 2009

Ciro afina discurso com Skaf em SP

Potenciais candidatos pelo PSB em 2010, o deputado e o presidente da Fiesp tentaram demonstrar união

Estadão - 14/10/2009 

Julia Duailibi


Sob o fogo amigo do PT, o deputado Ciro Gomes e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, ambos potenciais candidatos pelo PSB nas eleições de 2010, afinaram o discurso em evento para empresários no qual tentaram demonstrar a união do partido em torno do projeto presidencial e dos planos de candidatura própria para o governo do Estado na corrida eleitoral do ano que vem.

Questionado sobre o fato de o PT estar trabalhando para fechar aliança com o PDT e o PC do B e, dessa forma, diminuir o tempo de televisão de Ciro a ponto de inviabilizar sua candidatura, o parlamentar disse que não está nos seus planos desistir da disputa presidencial. "O verbo desistir pressupõe um sujeito, e eu não desisto em hipótese alguma", declarou Ciro, depois da palestra na Fiesp do ex-vice-presidente dos EUA Al Gore.

RESISTÊNCIA

Aliado dos petistas na esfera federal, o PSB conta com a resistência do partido para firmar uma composição em torno do projeto que lance Skaf ao governo do Estado. Petistas também trabalham para "desidratar" a candidatura de Ciro ao Palácio do Planalto - o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é contra lançar dois candidatos da base governista à Presidência da República, preferindo unir os esforços em torno da eleição da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Caso o deputado seja mesmo candidato a presidente, parte do PT ensaia lançar candidatura própria em Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte, o que dificultaria os planos do PSB nesses Estados.

INSEGURANÇA

"O que posso dizer é em tese. Não estou falando de PT nem de PSB. Mas quando a gente, na vida, se vê obrigado a abrir mão do argumento e partir para a ameaça, a gente está revelando uma insegurança, e é cedo para isso", disse Ciro.

Na semana passada, Dilma estreitou as conversas com o PDT e o PMDB. Ontem, ela participou de um jantar com a cúpula do PR. Lideranças nacionais do PC do B também já enviaram recados ao governo de que o caminho natural será o apoio à candidatura da ministra.

Indagado sobre a forma que viabilizaria sua candidatura, num cenário em que os aliados são cortejados pelo PT, Ciro afirmou: "Isso é um problema meu, que resolverei no tempo certo."

O parlamentar, que não criticou o PT, declarou não acreditar que a legenda trabalhe para inviabilizar seu nome. E citou as eleições realizadas em 1998 e de 2002, quando disputou a Presidência e conseguiu fechar alianças com o então PL e, no pleito seguinte, com PTB e PDT.

"O PT é companheiro, é gente boa, mas queremos que o PT lembre humildemente que não somos uma sublegenda dele, mas um partido político", disse Ciro. Ele voltou a criticar o PMDB - o que para os petistas mostra que o deputado gostaria mesmo é de ser vice de Dilma Rousseff, posto que é negociado com o PMDB.

DESTINO

Potencial candidato a governador pelo PSB, Skaf disse ainda não ter resolvido o seu destino político. "Neste momento, como cidadão, o meu candidato a presidente se chama Ciro", afirmou o presidente da Fiesp. O deputado retribuiu: "Queremos que Skaf examine (a candidatura)."

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