9 de abr. de 2010

PSB fica mais distante de aliança com PT em SP

ANNE WARTH E GUSTAVO URIBE - Agência Estado

A recente aproximação com o PP praticamente eliminou a chance de o PSB compor aliança com o PT para as eleições ao governo do Estado de São Paulo. Antes presente em todas as reuniões da chapa liderada pelo PT, o presidente do PSB em São Paulo, deputado Marcio França, já não participa dos encontros desde que o senador Aloizio Mercadante assumiu a pré-candidatura ao governo do Estado, no mês de março. Além disso, França tem se aproximado de lideranças do PP para compor uma coligação que garanta palanques regionais e tempo na televisão para as duas siglas. Juntas, as legendas teriam 3 minutos e 40 segundos.

O PT já fechou acordo com PDT, PPL, PR e PRB e está próximo de obter o apoio do PC do B. Os petistas também pretendem fazer composição com PTN, PT do B, PRP, PSL, PHS e PSC. "O PSB é fundamental para a construção do nosso projeto, mas nós temos respeitado a condição do PSB de construir candidatura própria", afirmou o presidente do PT no Estado, Edinho Silva, que nega que o partido tenha desistido do PSB.

França, no entanto, é categórico ao falar sobre o assunto. "A chance de o PSB apoiar o Mercadante é a mesma de o PT apoiar nosso pré-candidato Paulo Skaf (presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo/Fiesp)", disse. Vetado por lideranças do PT e do PDT, que não aceitam Skaf como vice-governador na chapa de Mercadante, o PSB recebeu uma oferta generosa do PP. "Estamos negociando com os nossos aliados o cargo de vice-governador e as duas vagas ao Senado", afirmou o deputado Celso Russomanno, pré-candidato do PP ao governo.

O PT já definiu que uma das vagas da coligação ao Senado será da ex-prefeita Marta Suplicy. A outra deve ficar com o vereador Netinho de Paula, do PC do B. Edinho nega que haja resistência de membros do PT ao nome do cantor. "Ao contrário, Netinho é uma liderança em ascensão, muito respeitada e querida dentro do PT, mas ainda é cedo para definir essa questão", disse. A vaga de vice-governador na chapa deve ser oferecida ao PDT.

Aos partidos menores, o PT pretende oferecer as vagas de suplente no Senado. "Queremos ampliar nossa aliança. Não é hora de encerrar as negociações. Os partidos aliados querem participar das decisões sobre o vice-governador e o Senado."

Antes dada como certa, a aliança entre PT e PSB foi também prejudicada com a declaração do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) - o preferido do presidente Lula para disputar a sucessão ao Palácio dos Bandeirantes -, segundo a qual o PT em São Paulo era um desastre. A situação piorou depois que Skaf afirmou que sua candidatura era irrevogável.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,psb-fica-mais-distante-de-alianca-com-pt-em-sp,536101,0.htm

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