Candidato do PSDB à Presidência fará caminhada pela comunidade de Heliópolis, onde criou uma escola técnica e ambulatório médico
Adriano Ceolin, iG Brasília
O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, visita nesta terça-feira a comunidade de Heliópolis, em São Paulo, favela que ficou conhecida como a maior do Brasil. O tucano tenta vincular sua imagem a realizações para as classes mais pobres, bandeira que atualmente pertence ao PT e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com quase 120 mil habitantes, Heliópolis é um antigo reduto do PT. Contudo, nos últimos anos, a comunidade ganhou uma série de obras da prefeitura e do governo do Estado de São Paulo. De janeiro de 2005 a abril de 2006, Serra foi prefeito e, nos últimos três anos e meio, ocupou o cargo de governador paulista.
Na caminhada que fará hoje à favela a partir das 15 horas, o tucano deverá ressaltar obras como a AME (Ambulatório Médico de Especialidades), o programa de urbanização do CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) e a construção de uma Escola Técnica na comunidade.
Em setembro do ano passado, quando inaugurou a escola técnica, Serra chegou a usar um jargão do presidente Lula para destacar as ações do governo de São Paulo na comunidade. “Nunca na história de Heliópolis, o poder público esteve tão presente", disse Serra, que na oportunidade prometera criar 52 escolas técnicas no Estado
Ex-vereadora pelo PT e ex-subprefeita da Lapa, a atual coordenadora da campanha tucana na internet, Soninha Francine (PPS), atuou como voluntária em Heliópolis no começo desta década. Ela afirma que Serra e o atual prefeito Gilberto Kassab (DEM) “de fato investiram muito” na comunidade.
“Sem dúvida alguma, o PSDB pode dizer sim que atua pelos mais pobres. E faz isso com muita qualidade no produto final”, afirma Soninha. “Além da AME, da escola técnica e do programa de urbanização de favela, Serra e Kassab aumentaram o número de creches na comunidade”, complementou a ex-vereadora petista.
Deputado estadual pelo PSDB de São Paulo, Orlando Morando acompanhou Serra na inauguração da escola técnica. “Não acho que lá seja um reduto petista. Para mim, é mais neutro. Nunca tive problemas ao ir lá”, disse. “O Serra fez um excelente trabalho lá. A AME de Heliópolis é a mais moderna de São Paulo”, completou.
“É pouco”, diz analista político
Autor do livro “A Cabeça do Eleitora”, o consultor político e sociólogo Alberto Carlos Almeida foi um dos primeiros analistas a apresentar pesquisas mostrando a forte vinculação entre o PT e as classes mais pobres. Ele apresentou estudos à Executiva do PSDB ainda no fim do ano passado.
“Sem dúvida alguma, o PT conseguiu fazer isso. O PSDB precisa tentar conversar mais com esse eleitorado”, disse. Almeida, no entanto, disse “é pouco” visitar uma favela em São Paulo. “O ideal é conhecer comunidades de outros Estados. Tem de mudar essa imagem de que o PSDB é elitista”, completou.
Ocupação tem quase 40 anos
A comunidade Heliópolis, por incrível que pareça, nasceu a partir de uma iniciativa da Prefeitura. Em 1971, cerca de 100 famílias foram transferidas para lá. Elas ocupavam uma outra favela na Vila Prudente que precisava ser desocupada para a construção de um viaduto sobre o rio Tamanduateí. Na verdade, o assentamento seria provisório, mas rapidamente foi povoado.
Em 1987, moradores da favela se uniram para criar uma organização não-governamental batizada de UNAS (União de Núcleos, Associações e Sociedades dos Moradores de Heliópolis e São João Clímaco). O grupo fez parcerias com a iniciativa privada para regularização de terrenos e realização de obras como quadras esportivas.
http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/serra+visita+favela+e+tenta+mostrar+o+que+fez+por+pobres/n1237737318393.html
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