3 de ago. de 2010

Marina diz que arrecadação maior que a de Serra não se deve a mudança de discurso

Maurício Savarese
Do UOL Eleições

A presidenciável do PV, Marina Silva, afirmou nesta terça-feira (3) que sua militância é mais importante do que ter arrecadado mais recursos que o candidato do PSDB, José Serra, na primeira parcial a ser divulgada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), conforme antecipou o jornal Folha de S.Paulo. Seu companheiro de chapa, o bilionário Guilherme Leal, disse ter contribuído para a campanha, mas não soube dizer com quanto.

Terceira colocada nas pesquisas de intenção de voto, Marina arrecadou R$ 4,65 milhões, contra R$ 3,7 milhões de Serra. A preferida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff (PT), atraiu mais que a soma dos dois rivais: R$ 11, 6 milhões. Questionada sobre o resultado, a candidata do PV evitou associá-lo ao vice ou a um discurso mais moderado e palatável ao empresariado.

“Eu estou fazendo o discurso em que acredito e não é para agradar nenhum setor específico. O que é mais importante para mim é o capital investido pela militância que nos recebe”, disse a ex-ministra do Meio Ambiente após encontro com empresários do ramo financeiro em um hotel de São Paulo.

Presente na entrevista coletiva de Marina, Fabio Barbosa, presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), considerou a candidata “inspiradora”, motivo pelo qual ela foi “muito bem recebida”. Ainda assim, Leal, um dos fundadores da empresa de cosméticos Natura, não se disse satisfeito com a arrecadação da candidata do PV até agora. “Ainda não é representativo. Mas o importante é a mobilização”, disse.

Questionado sobre os valores com os quais contribuiu para a campanha de Marina, o candidato a vice respondeu: “O que queremos mesmo é a mobilização do capital humano. Eu trabalho sete [dias por semana] por 24 [horas por dia]. Esse é o maior capital que estou investindo”.

Irã
Às vésperas do primeiro debate presidencial, a ser realizado na quinta-feira (5) na TV Bandeirantes, Marina ensaiou seu discurso econômico, fez críticas a programas federais e comentou a disposição do governo brasileiro de ceder refúgio a uma iraniana acusada de cometer adultério e condenada à morte por apedrejamento. Nos últimos meses, o Brasil negociou acordos na área nuclear com a teocracia islâmica.

“É adequado o Brasil fazer essa reparação com esse gesto”, disse Marina, depois de sentir “estranhamento interno” pela a aproximação recente entre Lula e o conservador presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. “Não seria uma interferência. Quando você oferece uma possibilidade, não está interferindo”, completou.

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/08/03/marina-diz-que-arrecadacao-maior-que-a-de-serra-nao-se-deve-a-mudanca-de-discurso.jhtm

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