3 de ago. de 2010

Presidenciáveis reduzem compromissos e se preparam para primeiro debate

Folha

DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA

Os principais candidatos à Presidência reduziram compromissos e vão dedicar a semana a se preparar para o primeiro confronto direto da campanha: o debate da TV Bandeirantes, quinta-feira.

As estratégias de José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) diferem em vários aspectos, mas têm uma preocupação em comum: passar uma imagem serena e agradável e, ao mesmo tempo, se preparar para responder a eventuais ataques dos adversários.

Em reunião com o coordenador de comunicação, Luiz Gonzalez, Serra fez, na madrugada de ontem, seu primeiro treinamento.

Na pauta, a relação do PT com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o apoio de Lula ao governo do Irã.

Para tentar provocar uma reação agressiva de Dilma, os tucanos estudam seu gestual. Acham que, diante de temas mais espinhosos, ela pode "mostrar o indicador" para o interlocutor.

Segundo articuladores da campanha, o ideal seria que esses pontos mais polêmicos fossem explorados pelos entrevistadores, de modo que Serra apenas replicasse.

DILMA

Dilma vai investir em saúde e segurança, considerados pelo PT pontos fracos da gestão de Serra em São Paulo. Também reuniu munição para criticar o tratamento aos professores no Estado e a suposta falta de investimentos para evitar enchentes.

Como contraponto, usará dados do governo Lula, com ênfase nos programas que coordenou, para mostrar que tem experiência de gestão e é a candidata da continuidade.

A estratégia tem sido definida por Dilma com o deputado Antonio Palocci (PT-SP), Clara Ant, ex-assessora da Presidência, e a consultora de imagem Olga Curado, que ajudou Lula em 2006.

A última reunião do grupo foi anteontem, no escritório político de Dilma em Brasília. A petista reduziu os eventos de rua e programou uma "agenda positiva" para garantir espaço no noticiário.

Com Olga, a candidata tem treinado postura e entonação de voz, para trocar o tom professoral por uma linguagem mais direta e popular.

A expectativa é que a petista seja o principal alvo de ataques dos rivais. Por isso está sendo aconselhada a manter o "sangue frio".

MARINA E PLÍNIO

Marina Silva (PV) quer usar o encontro para se apresentar como alternativa viável, com experiência à altura de Dilma e Serra. Para isso, quer mostrar ideias para além da pauta ambiental.

A senadora pretende evitar embates diretos com os adversários. Mas avalia que, dependendo da temperatura do debate, o comportamento pode deixá-la isolada, como espectadora da disputa.

Neste caso, a campanha diz ter um "plano B", em que Marina cobraria os rivais. Os danos causados por hidrelétricas na Amazônia as enchentes em São Paulo podem ser usados contra Dilma e Serra, respectivamente.

O candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, pretende mostrar que Dilma, Serra e Marina defendem o mesmo modelo capitalista.

O socialista quer compará-lo com o modelo que ele propõe: "Dentro do marco capitalista, mas com saúde e educação estatizadas".

Editoria de Arte/Folhapress


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário