Governador de Minas crê que a capacidade de agregar novas alianças pode ser um fator decisivo para a vitória
Eduardo Kattah, de O Estado de S. Paulo
BELO HORIZONTE - Ao defender que o candidato tucano à Presidência em 2010 não seja definido antes de dezembro, o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), disse nesta segunda-feira, 28, que acredita que no fim do ano o cenário eleitoral poderá lhe favorecer na disputa com o governador paulista José Serra. "Acho que em dezembro podemos ter quem sabe um cenário um pouco diferente, aonde a busca, a capacidade também de agregar novos aliados ao nosso projeto possa se tornar cada vez mais decisivo para nós vencermos as eleições", afirmou o mineiro.
Aécio costuma apregoar como um dos trunfos de sua pré-candidatura a capacidade de aglutinar mais apoios, inclusive de partidos que no momento estão na base de sustentação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta segunda-feira, 28, ele voltou a dizer que na definição do candidato tucano não deve ser levado em conta apenas as pesquisas eleitorais e repetiu o bordão de que "em uma eleição o importante não é a largada, o importante é a chegada".
"As pesquisas, elas para serem compreendidas e serem instrumento importante de análise, elas devem abranger, elas devem trazer a avaliação, uma série de outras circunstâncias, inclusive essa, a capacidade de crescimento, a capacidade de novas alianças que fragilizem o adversário", disse o governador, após participar, no Palácio da Liberdade, do anúncio de novas linhas de financiamento do Banco de Desenvolvimento do Estado (BDMG) para prefeituras mineiras.
Em desvantagem nas intenções de voto, Aécio tem procurado sinalizar que está no páreo e não aceita a candidatura de Serra como um fato consumado. "O partido continua em aberto", destacou o deputado federal Rodrigo de Castro, secretário-geral do PSDB e um dos principais aliados do mineiro no partido. "Não temos nenhuma definição".
Viagem e Licença
O governador inicia nesta terça-feira, 29, uma viagem de 11 dias ao exterior. Após retornar ao Brasil, ele deverá definir a data da licença de cerca de 15 dias que pretende tirar para se dedicar à pré-campanha em viagens, principalmente às regiões Norte e Nordeste.
Aécio continua argumentando publicamente que considera as prévias um "melhor instrumento" para a definição do candidato e mantém a investida interna. Nesta terça-feira, 29, ele recebe o presidente do PSDB do Rio de Janeiro, José Camilo Zito. No Estado, os tucanos são pressionados a apoiar uma candidatura do DEM. "Sempre tivemos lá uma aproximação grande com o deputado Fernando Gabeira que é um dos nomes lembrados, mas no momento em que seu partido (PV) lança uma candidatura, é natural que o PSDB tenha que rever sua estratégia", afirmou o governador.
No exterior, Aécio participa de um evento ambiental em Los Angeles (EUA) e depois segue para a Itália, onde assina a transferência do controle da Terna Participações para a Cemig. O mineiro já disse que pretende entregar ao primeiro ministro italiano, Silvio Berlusconi, um cheque de R$ 3,5 bilhões referente à aquisição. A convite da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), o governador participa também de uma feira em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
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