Haroldo Ceravolo Sereza - Do UOL Notícias
O deputado federal Paulo Maluf, presidente do PP de São Paulo e uma das principais lideranças do seu partido, elogiou três pré-candidatos a presidente da República: Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Ciro Gomes (PSB). Mas criticou duramente a senadora Marina Silva (PV).
Para ele, Marina foi recebida com "oba-oba" pela mídia, mas tem pouco a oferecer além do discurso verde. "Quais são as ideias dela da saúde pública? Quais são as ideias dela da educação, do transporte coletivo, dos metrôs, da estrada de ferro, do pré-sal?", disse, em entrevista ao UOL Notícias.
Para ele, Marina deveria tentar antes ser governadora do Acre. "Seria uma boa experiência para ela. Um Estado pequenininho, dos mais pobres do Brasil, para ela começar a cartilha. Não pode começar a cartilha na engenharia, tem que começar a cartilha no primeiro primário."
Formado em engenharia, Maluf disse que, quase que certamente, voltará a disputar uma vaga na Câmara dos Deputados por São Paulo em 2010.
Maluf chegou à Câmara com 739.827 votos em 2006, a maior no ano do país em números absolutos, depois de uma série de candidaturas a cargos majoritários - Maluf foi candidato a presidente em 1989, a governador em 1990, 1998 e 2002 e a prefeito em 1992, única em que foi eleito pelo voto direito.
A candidatura à Câmara foi vista como uma tentativa de levar os processos a que responde para o foro privilegiado do Supremo Tribunal Federal. Na entrevista, ele negou essa estratégia e criticou o bloqueio de bens a que estão submetidos seus filhos.
Nesta semana, o STF decidiu desmembrar o inquérito em que estão envolvidos quatro filhos de Maluf, Flávio, Otávio, Lina e Lígia. Eles foram denunciados em 2006 pelo promotor Rodrigo De Grandis por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, mas ainda não são réus, e vão responder ao processo na primeira instância. Maluf e Sylvia continuam respondendo no STF.
Leia abaixo os principais trechos da entrevista, em que Maluf fala também sobre a duplicação das Marginais e comenta a declaração de Lula de que em 2010 não concorrerá ao cargo de presidente da República nenhum "troglodita de direita" - para Maluf, a fala não se dirigia a ninguém que disputou a Presidência em 1989, nem a ele, nem a Fernando Collor, nem a Ronaldo Caiado, tradicionalmente apontados como candidatos à direita na disputa.
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