10 de mai. de 2010

Serra diz que intervenção do governo no BC seria na nomeação de diretores

Folha - BRENO COSTA
da Reportagem Local

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, voltou a falar, nesta segunda-feira, sobre a autonomia do Banco Central. Ele decidiu esclarecer declaração dada mais cedo, em entrevista à rádio "CBN", quando afirmou que a taxa de juros no país deveria ter sido reduzida no passado e destacou que o Banco Central não é a Santa Sé, ao comentar sobre a autonomia do banco.

Segundo Serra, a intervenção do governo na atuação do banco vem no momento em que se nomeiam presidente e diretores da instituição, dando a entender que, se eles forem mal avaliados, deverão ser trocados pelo presidente, que disse ser ainda ser contrário a um mandato fixo para os ocupantes de cargos de direção no BC.

"O BC trabalha direito, mas tem que ter um acompanhamento, como em qualquer país do mundo. Não é motivo para sobressalto. Tem que ter autonomia para o seu trabalho, dentro de certos parâmetros, que são os interesses da estabilidade de preços e do desenvolvimento da economia nacional."

Serra descartou, ainda, conferir mandato fixo ao presidente do Banco Central. Segundo ele, a prerrogativa de nomeação do presidente e da diretoria é uma das maneiras de controle da política do BC.

Na entrevista à "CBN", Serra demonstrou irritação ao ser questionado pela jornalista Miriam Leitão sobre também agir como presidente do BC, se eleito. O tucano defendeu a autonomia do banco, mas afirmou que se houver "erros calamitosos", o presidente deve interferir e opinar. "O presidente tem que fazer sentir sua posição."

À tarde, durante evento da Apas (Associação Paulista de Supermercados), o presidenciável disse respeitar "bastante" a jornalista, a quem considera uma das maiores especialistas em economia no país, e culpou o horário do programa (às 8h), por seu mau humor.

"O que vocês querem? Às 8h não dá para ter o mesmo humor do que agora [à tarde]", brincou o tucano, notívago assumido.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u732917.shtml

Nenhum comentário:

Postar um comentário