11 de mai. de 2010

PSDB renova carga para conquistar o PP

Tucanos tentam convencer a base no Rio Grande do Sul para consolidar a aliança com o partido no estado e na corrida presidencial

Correio Braziliense - Denise Rothenburg

Reunidos em São Paulo ontem, os tucanos decidiram fazer uma nova investida sobre o PP nos estados. O alvo da vez é o Rio Grande do Sul, onde o partido do senador Francisco Dornelles (PP-RJ) já esteve bem próximo de fechar o acordo com o PSDB, mas terminou recuando por causa da resistência tucana em fechar a coligação para deputado federal.

A avaliação feita pelo PSDB é a de que a aliança está emperrada por conta de apenas um deputado federal, o que é muito pouco diante de um partido que pode atrair uma boa estrutura para auxiliar na campanha, tanto para o governo estadual quanto para a Presidência da República. Afinal, o staff do PP gaúcho inclui hoje cinco deputados federais, 150 prefeitos e 1.500 vereadores, números nada desprezíveis para quem concorrerá ao governo estadual e ao Planalto. Por isso, a ideia dos tucanos é tentar convencer o partido no Rio Grande do Sul a aceitar a proposta pepista.

Dentro dessa estratégia, ontem, em entrevista à rádio CBN pela manhã, o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, elogiou o PP do Rio Grande do Sul: “O de lá é excelente, tem bons quadros, o de Santa Catarina também”, comentou Serra, que está de olho no apoio dos pepistas nas duas unidades federativas. Ele fez os elogios quando perguntado se teria o apoio do PP de Paulo Maluf e aproveitou para dizer que “Maluf é um, não é o PP do Maluf”, afirmou.

Loteamento
Serra aproveitou para dizer que, na área de infraestrutura, pretende acabar com o “loteamento político das agências reguladoras. “Fui prefeito, governador, ministro da Saúde. Nunca deixei parlamentares indicarem diretores de empresas. A responsabilidade é do chefe de poder. Por que pegar alguém que não tem competência técnica? Só por ser de um partido?”, questionou Serra.

Ele repetiu que pretende manter o Bolsa Família. Entretanto, considera que o programa tem que ser “mais atrelado à saúde é à educação”. Mais uma vez, reforçou a criação do ministério da Segurança e se rendeu à mudança do regime de exploração de petróleo na camada pré-sal, de concessão para partilha da produção, como prefere o governo federal.

Ao se referir aos royalties, o discurso soou como música para os ouvidos do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, ao dizer que esses estados não podem perder receitas com as quais contavam antes. Falou ainda da política externa e voltou a defender uma reforma do Mercosul. Nesse contexto, disse que não votaria no presidente da Venezuela, Hugo Chávez, mas defendeu uma relação amistosa com o país vizinho. Aparentando bom humor, Serra só perdeu a calma durante a entrevista quando perguntado se, eleito, quem seria o presidente do Banco Central de seu governo.

Marina contra a pasta da Segurança

A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, criticou ontem, em São Paulo, a ideia de José Serra (PSDB) de criar o Ministério da Segurança Pública, caso seja eleito. Segundo ela, a nova pasta não resolveria o problema. “Faltam propostas e reformas de base nas políticas de segurança pública”, ressaltou. Marina também disse que o uso das Forças Armadas em funções de segurança é um improviso do Estado. “As Forças Armadas não podem ser tratadas como um puxadinho”, afirmou.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/05/11/politica,i=191658/PSDB+RENOVA+CARGA+PARA+CONQUISTAR+O+PP.shtml

Nenhum comentário:

Postar um comentário