4 de fev. de 2010

Temer minimiza ações de grupo do PMDB e diz ter apoio de mais de 90% do partido

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O presidente licenciado do PMDB, Michel Temer (SP), minimizou nesta quinta-feira as ações judiciais de integrantes do partido contrários à realização da convenção da legenda que vai reelegê-lo para o comando peemedebista neste sábado. Temer disse que tem o apoio de "mais de 90% do partido" e elogiou a decisão da Justiça de manter a convenção no sábado.

"Simplesmente não teve sucesso, foram duas ações na esperança de que, se uma negasse, a outra fosse concedida, e foram negadas conforme fundamentos, mostrando o acerto da posição que foi tomada pela Comissão Executiva Nacional designando a data dia 6 de fevereiro", afirmou.

Temer disse que o PMDB vai seguir "unidíssimo" na convenção para a escolha do novo presidente do partido. "Vamos fazer uma convenção muito tranquila, com uma unidade quase absoluta, mais de 90% do partido, de modo que vamos ter muito sucesso, espero, e muita tranquilidade", afirmou.

A Executiva Nacional do PMDB decidiu antecipar a convenção de 10 de março para o dia 6 de fevereiro com o objetivo de acelerar a vitória de Temer para o comando da legenda. A cúpula do partido quer fortalecer o seu nome para que seja indicado à vice-presidência da República na chapa da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) --pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto.

O grupo, ligado ao ex-governador Orestes Quércia (PMDB-SP), promete continuar tentando embargar a convenção para impedir que ocorra no sábado. O grupo é contra a aliança nacional do PMDB com o PT, por isso quer ganhar tempo para discutir a tese da candidatura própria dentro da legenda.

O argumento formal do grupo, porém, é o de que não foram incluídos na chapa única, encabeçada por Temer, que vai disputar o comando do PMDB no sábado. A ala peemedebista reivindica assentos na Executiva Nacional para tentar impedir que o partido firme a aliança com o PT.

O comando do PMDB, liderado por Temer, sustenta que a convenção não vai discutir a aliança do PMDB com o PT, mas apenas eleger a nova Executiva Nacional da legenda.

Temer disse ainda que o grupo de Quércia não tem poderes para questionar a data da convenção, uma vez que ela não havia sido marcada para o dia 10 de março. "É natural que algumas pessoas pensem diferentes. na questão da data, mas não havia razão para insurgência. A data jamais foi marcada. A executiva se reuniu e marcou. Garantimos o mandato até o dia 10 de março", afirmou.

O peemedebista disse que tem hoje "unidade nunca vista" no PMDB e se mostrou disposto a trabalhar pela unificação maior da legenda. "Alguns poucos companheiros que resolveram impetrar a medida estarão conosco. Eu sempre procuro fazer unidade do partido."

Temer afirmou, porém, que não há mais tempo para mudanças na sua chapa ao comando do PMDB diante da proximidade da convenção. "Eu acho que eles não querem entrar. Agora já fechou a chapa, não há mais como. Você tem até 48 horas antes da convenção para modificar a chapa."


Recurso

Dois juízes de Brasília negaram o pedido do grupo do PMDB contrário à aliança nacional do partido com o PT. Com isso, a data ainda está mantida para este sábado, mas o partido pode entrar hoje com mais recursos.

A cúpula do PMDB articula a apresentação de chapa única liderada por Temer, mas o grupo contrário à união com o PT queria melar a convenção caso não fosse incluído na chapa de Temer.

O PMDB do Paraná e de São Paulo apoia, em sua maioria, a indicação do governador do Estado, Roberto Requião (PMDB), como pré-candidato do PMDB à Presidência da República. O comando do partido, porém, já fechou um pré-acordo com o PT para apoiar a ministra Dilma nas eleições de outubro --consolidando a aliança nacional com o PT.

Em dezembro, Requião lançou sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto. O governador do Paraná conquistou o apoio do PMDB de São Paulo, contrário à aliança nacional do partido com o PT.

Requião afirma que a sua candidatura é apoiada por representantes de 15 diretórios municipais do partido. De acordo com o governador, desde 1994, com Orestes Quércia, o PMDB não tem candidatura própria à Presidência.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u689308.shtml

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