2 de fev. de 2010

Coalizão lulista dá a Dilma mais palanques estaduais

RANIER BRAGON
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A oito meses das eleições de outubro, o mapeamento das principais candidaturas ao governo das 27 unidades da Federação mostra que a coalizão de partidos que apoia o presidente Lula dá à ministra Dilma Rousseff (PT) um número de palanques estaduais 40% superior aos até agora alinhados ao governador José Serra (PSDB).

A petista tem hoje 35 palanques que tendem a trabalhar majoritariamente por sua candidatura à Presidência, contra 25 já fechados com Serra.

Dos palanques pró-Dilma, mais da metade lidera as pesquisas de intenção de voto disponíveis, sendo dez em Estados grandes ou médios. Dos 25 palanques que tendem a apoiar Serra, 10 lideram as respectivas disputas, sendo dois nos maiores Estados do país.

A base de sustentação do governo Lula conta hoje com 14 partidos políticos, mas nem todos devem aderir a Dilma. A candidatura Serra conta com o trio PSDB-DEM-PPS, que busca obter o apoio oficial do PTB, até agora na base governista.

A vantagem estatística de Dilma nos palanques estaduais aumenta caso o deputado federal Ciro Gomes (PSB) desista da corrida à sucessão de Lula, algo que vem sendo costurado pelo Palácio do Planalto.

Ciro tem hoje sete palanques relevantes de sustentação, sendo que dois desses candidatos lideram as pesquisas em Estados médios --os governadores Cid Gomes, no Ceará, e Eduardo Campos, em Pernambuco.

Mesmo que permaneça na disputa, quase todos esses palanques têm "células" que prometem pedir votos para Dilma --a exceção é a Paraíba, onde o prefeito Ricardo Coutinho (PSB), pré-candidato ao governo, é alinhado com o PSDB.

Serra terá apoio de integrantes da aliança de Fernando Gabeira (PV) no Rio, embora ela seja a principal base regional de sustentação da pré-candidata Marina Silva (PV).

Apesar da vantagem quantitativa pró-Dilma, os números devem ser cotejados com pelo menos quatro fatores. O primeiro é que mudanças ocorrerão até a oficialização das candidaturas, em junho. Além disso, há exemplos históricos de palanques fortes nos Estados que não renderam os votos esperados para presidenciáveis.

Há que se levar em conta, ainda, que os tucanos têm a candidatura líder em São Paulo (Geraldo Alckmin), Estado que reúne sozinho 22,4% do eleitorado nacional. Em Minas, o segundo colégio do país, o governador Aécio Neves promete jogar todas as fichas para eleger o sucessor, o vice Antonio Anastasia, hoje com 10,7% de intenções de voto, pelo Datafolha.

Os dados levantados pela reportagem mostram também dificuldades distintas, no momento, para PT e PSDB.
No lado tucano, há problemas em Estados importantes. No Rio Grande do Sul, Serra poderá ter suporte de aliados do prefeito José Fogaça (PMDB), mas Yeda Crusius (PSDB), a candidata do partido, é a governadora com pior avaliação no país, segundo o Datafolha.

No Ceará, o senador Tasso Jereissatti, principal nome da legenda, deve tentar a reeleição ao Senado. Em Pernambuco, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) ainda resiste em ser o nome da oposição contra Eduardo Campos (PSB).

Dirigentes tucanos sustentam que terão um palanque sólido em cada um dos Estados. Eles citam como prováveis "adesões" oficiais ou extraoficiais à candidatura Serra Jackson Lago (PDT), no Maranhão, e André Puccinelli (PMDB), em Mato Grosso do Sul. Negociam, ainda, a neutralidade de Osmar Dias (PDT) no Paraná.

Já a pré-candidatura Dilma terá como um dos principais desafios regionais administrar a disputa de pré-candidaturas aliadas nos Estados, principalmente entre PT e PMDB.

Entre outros, encontram-se nessa situação Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pará, Bahia, Piauí e Santa Catarina. Além disso, falta definir um candidato competitivo em São Paulo, já que Ciro Gomes hesita em disputar o governo.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u688053.shtml

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