26 de jan. de 2010

PMDB discute chapa de consenso para reeleger Temer presidente do partido

da Folha Online, em Brasília

A cúpula do PMDB, que na semana passada decidiu adiantar de março para o dia 6 de fevereiro a reunião do diretório nacional que vai escolher o novo presidente do partido, volta a se reunir nesta terça-feira para tentar formar uma chapa de consenso para a escolha da nova executiva da legenda, com o presidente Michel Temer (PMDB-SP) reeleito presidente do partido.

Os peemedebistas vão tentar lançar chapa única encabeçada por Temer para fortalecer o seu nome na indicação à vice-presidência da República na chapa da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) --pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto.

Os peemedebistas admitem que a recondução de Temer à presidência do partido fortalece o seu nome para a futura indicação à vice-presidência. Ele conquistou o apoio de grande parte da legenda, incluindo a ala peemedebista no Senado --que no passado tinha resistências ao grupo liderado pelo presidente da Câmara.

"O partido está unido. A candidatura do Michel é mais que pessoal, é institucional, do presidente do partido. Você tem um elemento a mais, bota o presidente do partido em posição de destaque", disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Jucá disse que o objetivo da legenda, ao aprovar uma chapa consensual para o seu comando, é mostrar que tem unidade para fazer uma composição nacional com o PT e outros partidos aliados em torno da candidatura de Dilma.

"Sem dúvida a reeleição do Michel, com o apoio da ampla maioria, é mais um ponto favorável na capitalização dessa capitalização institucional do PMDB", disse.

Com a reeleição consensual de Temer, os peemedebistas avaliam que terão mais força para apresentar o seu nome como única opção do PMDB à vice-presidência --sem que outros nomes da legenda sejam colocados à escolha do PT. "Hoje, o PMDB tem um nome que representa o partido que é o Michel. Não há outro nome colocado", disse Jucá.

A ideia dos peemedebistas é aclamar Temer em junho, durante convenção nacional do partido, como o vice de Dilma. Jucá disse que o peemedebista, ao lado da ministra, terá autonomia para representar o PMDB em todos os Estados do país.

"Em qualquer rincão do país, o presidente estadual do PMDB, o líder do partido do município vai ver no Temer o presidente do partido. Isso é uma força a mais."

As articulações do grupo pró-Temer, porém, não são unanimidade dentro do PMDB. O grupo do senador Pedro Simon (PMDB-RS) lançou o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), como pré-candidato do partido à Presidência da República.

A expectativa é que os peemedebistas contrários à aliança com Dilma aproveitem a reunião do diretório nacional para protestar contra a aliança com o PT.

Conversas

A ideia dos peemedebistas é registrar a chapa que vai concorrer à executiva nacional na quarta-feira --pouco mais de uma semana antes da reunião do diretório.

Amanhã, a cúpula do PMDB volta a se reunir com dirigentes do PT para tentar solucionar impasses regionais que emperram a aliança entre as duas legendas --já que em alguns Estados a coligação nacional não vai se repetir.

Na Bahia, por exemplo, o governador Jacques Wagner (PT) vai tentar a reeleição, enquanto o ministro peemedebista Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) também já colocou sua pré-candidatura ao governo estadual.

"Vamos analisar caso a caso. Hoje, há uma emenda que dissocia a disputa estadual da nacional. A eleição estadual não vai ser desculpa para a aliança nacional", afirmou Jucá.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u684652.shtml

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