27 de jan. de 2010

Aliança PT-PMDB não deve ser contaminada por impasses regionais, avalia Berzoini

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Na tentativa de solucionar impasses nos Estados para a aliança nacional entre PT e PMDB nas eleições presidenciais deste ano, integrantes dos dois partidos se reuniram nesta quarta-feira em mais uma rodada de conversas para agilizar o apoio dos peemedebistas à candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) ao Palácio do Planalto.

A avaliação nos dois partidos é que a aliança nacional não deve ser contaminada por impasses regionais que impeçam o PT e PMDB de se coligarem nacionalmente.

"Os impasses não chegam a impedir a aliança nacional. Mas queremos um bom ambiente, que seja tranquilo. Por isso queremos minimizar insatisfações e conciliar alianças", disse à Folha Online o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP).

A comissão formada por cerca de dez petistas e dez peemedebistas quer apresentar até o início de março uma avaliação conjunta sobre os impasses que dificultam a aliança nacional PT-PMDB. Berzoini disse que a disposição do grupo é apresentar os resultados do trabalho depois do 4º Congresso Nacional do PT, marcado para os dias 18 a 20 de fevereiro --quando o partido vai discutir sua política de alianças e o programa de candidaturas para as eleições deste ano.

"Vamos fazer uma rodada final de conversas para fechar o trabalho e apresentar os seus resultados. Sabemos que, em alguns Estados, isso vai depender da sua própria dinâmica. Em outros, poderemos solucionar isso nacionalmente", afirmou Berzoini.

A comissão de petistas e peemedebistas deu início às reuniões em novembro do ano passado. O objetivo principal do grupo é apresentar soluções para Estados onde a relação PT-PMDB não está equacionada. Em Estados como Rio Grande do Sul e Minhas Gerais há dificuldades para a aliança nacional se repetir em nível local, já que os dois partidos têm candidatos distintos aos governos estaduais.

No Rio Grande do Sul, o ministro Tarso Genro (Justiça) já lançou sua pré-candidatura ao governo do Estado pelo PT, enquanto o ex-governador José Fogaça (PMDB) também já anunciou sua intenção de entrar na disputa. Em Minas, por sua vez, o ministro peemedebista Hélio Costa (Comunicações) deve enfrentar nas urnas um petista --o ex-ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) ou o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT).

Apesar dos impasses regionais, as cúpulas do PT e do PMDB descartam um recuo na chapa nacional em consequência de divergências estaduais.

Impasse

No PMDB, não há consenso sobre a aliança nacional do partido com o PT. Apesar do comando do partido, liderado pelo deputado Michel Temer (PMDB-SP), considerar como certa a aliança com o PT, os dissidentes se mobilizam para azedar o pré-acordo. O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), lançou sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto com o apoio de parte do PMDB --numa promessa de mais um racha na legenda.

Há também dentro do PMDB simpatizantes do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), principal adversário de Dilma nas urnas. O grupo, liderado pelo ex-governador Orestes Quércia, tenta mobilizar aliados para impedir a aliança PT-PMDB.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u685585.shtml

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