Daniel Martins
Agência BOM DIA
Desde que o PMDB, partido da base governista do presidente Lula, oficializou pré-acordo, no dia 21, de que apoiará a candidatura da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), à presidência em 2010, recrudescem no interior do partido as reações contrárias à opção.
O maior exemplo é o PMDB do estado de São Paulo. Para o presidente regional, o ex-governador Orestes Quércia, a oficialização não tem valor prático. Mesma opinião do diretório municipal do partido em Rio Preto.
Aliado do governador José Serra (PSDB), Quércia desafiou o acordo e disse que a aliança não passa em convenção do partido.
Esse também é o posicionamento do presidente do PMDB rio-pretense, Marcelo Figueiredo, reeleito na semana passada como presidente da Executiva do diretório municipal.
“Nós vamos acompanhar o diretório estadual”, adianta Figueiredo, que se encontrou com Quércia há pouco mais de um mês, quando o ex-governador esteve na cidade.
“Já falávamos um pouco sobre isso, mas não abertamente”, diz o presidente do diretório municipal sobre a visita de Quércia, de quem é um aliado histórico. Outras lideranças do partido, apesar de deixarem claro que o assunto ainda deve ser debatido, dão claras demonstrações de que a tendência é acompanhar o diretório estadual.
Prefeitos do partido também ‘tucanam’
Apesar de não tratar o assunto abertamente, lideranças do PMDB em Rio Preto confirmam que o diretório municipal do partido apoiará o governador José Serra (PSDB) na corrida presidencial em 2010, contrariando a coordenação nacional da legenda, que endossou a pré-candidatura de Dilma Rousseff (PT).
A semana que passou foi bastante tumultuada para o PMDB de Rio Preto devido à eleição da Executiva do diretório municipal, realizada na quarta-feira. Por isso, a sucessão presidencial e os apoios às candidaturas ainda é um assunto tratado com cuidado na cidade.
O ex-prefeito de Rio Preto Edinho Araújo, que regressou ao partido no início do ano, afirma que, como não há verticalização política, o estado pode ter seu posicionamento diferente do diretório nacional.
Reunião
“Estive numa reunião com o governador nesta semana e, de 68 prefeitos do PMDB no estado, 58 estavam lá, o que aponta o apoio na esfera estadual”, afirma Edinho, que integra o governo tucano e trabalha para a candidatura de Serra.
O ex-vereador Dourival Lemes afirma que o assunto ainda precisa ser debatido na esfera municipal, mas adianta que existe a forte tendência de seguir o diretório estadual, presidido por Orestes Quércia.
“É claro que o diretório rio-pretense é quercista, então o posicionamento dele reflete muito na decisão municipal”, afirma. Na opinião de Quércia, a decisão nacional de apoiar Dilma pode ser revertida, nem que seja em convenção. Ele afirma que Serra teria o apoio da legenda nos estados de Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
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