29 de mar. de 2010

Em megaevento, Dilma lança PAC 2 e se despede do governo Lula

da Folha Online

O governo federal preparou para esta segunda-feira um megaevento para lançar o PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento) --uma das principais bandeiras da campanha petista ao Planalto nas eleições de outubro.

Pré-candidata do PT à Presidência, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) deixa o governo na quarta-feira para dedicar-se integralmente à campanha presidencial.

Para o lançamento do PAC 2, foram convidadas 1.200 pessoas entre ministros, governadores, prefeitos e empresários.

Reportagem da Folha informa que Dilma lança hoje a segunda versão do PAC sem ter aberto a caixa-preta que sustenta a propaganda da primeira versão do programa. Segundo levantamento feito pela Folha, não se sabe com precisão o que aconteceu com 2.321 (94%) das 2.471 ações ditas como "monitoradas" pelo programa. Como até a lista desse montante de obras é mantida sob sigilo, não há informações também sobre o andamento e a execução orçamentária de cada uma delas.

No evento de hoje, a ministra vai apresentar as linhas gerais do programa que prevê investimentos de R$ 1 trilhão, especialmente nas áreas de saneamento básico, habitação, além de ações com melhorias em favelas e centros urbanos.

A orientação palaciana é para que a ministra roube a cena e se transforme na grande estrela da cerimônia. Além de Dilma, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Guido Mantega (Fazenda) também devem discursar para destacar que o PAC 2 será parte do legado do atual governo.

Segundo interlocutores do Palácio do Planalto, a ideia do presidente Lula é explorar o PAC 2 na campanha eleitoral, provocando a oposição a se manifestar sobre a programa.

Depois da cerimônia do PAC 2, mas antes de deixar o governo, a ministra ainda viaja para Salgueiro, em Pernambuco, para visitar obras da Ferrovia Transnordestina.

O último compromisso previsto para Dilma, após sete anos como integrante do governo Lula, é a cerimônia de posse dos novos ministros que vão assumir no lugar dos atuais que deixam os cargos para concorrer nas eleições de outubro --prevista para quarta-feira.

O número oficial de ministros que sai ainda não foi confirmado, mas especula-se que devem ocorrer até 10 baixas.

Nos últimos dias, o presidente Lula tem se esforçado para tentar convencer alguns integrantes do primeiro escalão a continuar no governo. A orientação do presidente é para que assumam secretários-executivos dos ministérios para evitar um novo desgaste político entre os partidos da base aliada na briga por cargos.

A legislação eleitoral obriga ocupantes de cargos no Executivo a deixarem suas funções até o dia 3 de abril se forem disputar as urnas em outubro. Além de Dilma, o governador José Serra (PSDB) também se despede do comando do Estado nesta semana para dedicar-se à campanha à Presidência da República.

A disputa entre a petista e o tucano promete polarizar a corrida presidencial num embate classificado por Lula como "eleição plebiscitária".

O PT quer comparar a gestão de Lula com a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, enquanto os tucanos defendem o embate personalizado entre Lula e Dilma --sem a comparação direta entre os oito anos de governo do PSDB e os oito do PT.

Sucessão

O novo ocupante da Casa Civil também deve respeitar essa regra. Com o aval de Dilma, a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, assumirá o cargo.

A coordenação do PAC, vitrine da pré-candidata do PT, no entanto, será entregue a Miriam Belchior, que atua na Casa Civil como subchefe de articulação e monitoramento.

Erenice foi acusada de montar, em 2008, um dossiê com todos os gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de sua mulher, Ruth, e ministros da gestão tucana.

O dossiê teria sido montado em meio às denúncias de irregularidades no uso do cartão corporativo por integrantes do governo Lula, numa espécie de resposta às acusações contra os petistas.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u713377.shtml

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