18 de mar. de 2010

Dilma pode ter dois palanques em São Paulo, admite líder do governo

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vacarezza (PT-SP), admitiu nesta quinta-feira a possibilidade da pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto, ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), ter dois palanques da base governista em São Paulo nas eleições de outubro.

Vacarezza considera como praticamente "irreversível" a possibilidade do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) concorrer ao governo de São Paulo --cenário que leva o PT a lançar o senador Aloizio Mercadante na disputa.

"No quadro de hoje em São Paulo, não existe mais a possibilidade do Ciro ser candidato. Ele já falou e acho que não muda de posição porque já disse publicamente que não quer. O mais provável é que a Dilma tenha dois palanques em São Paulo. (...) Salvo modificações, o Mercadante será nosso candidato lá", afirmou.

Como o PSB se articula para lançar o empresário Paulo Skaf para o governo de São Paulo, Dilma terá dois palanques na disputa se o PT também lançar Mercadante. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendia a candidatura de Ciro ao governo de SP para que PT e PSB estivessem unidos em torno de uma única candidatura no Estado.

Ciro, porém, reafirmou reiteradas vezes que vai disputar a presidência da República. Nos últimos dias, a cúpula do PT de São Paulo também se mostrou irritada com o comportamento de Ciro, o que fez ganhar força a tese de candidatura própria em São Paulo.

Os petistas já dão como descartada a candidatura de Ciro ao governo do Estado depois que o parlamentar disparou críticas à legenda. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, sinalizou que não aposta mais na possibilidade de o deputado se candidatar ao governo de São Paulo.

Ataques

Ciro chegou a acenar que poderia concordar a disputar o governo estadual, chegando até a transferir seu domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo. No entanto, além de reiterar sua disposição de concorrer ao Palácio do Planalto, nos últimos dias o parlamentar atacou líderes do PT paulista.

Em entrevista à Folha, Ciro admitiu que a sua candidatura ao governo de São Paulo seria artificial. Segundo ele, o PT é um "desastre" em São Paulo, o que irritou os petistas, em especial os do Estado.

Vacarezza, porém, minimizou os ataques de Ciro ao PT. "O Ciro está do nosso lado, como ele mesmo diz, então não é bom ficar criando conflito", disse o líder.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u708747.shtml

Um comentário:

  1. Duas coisas unem petistas e tucanos:As doações ocultas de campanha e o medo da candidatura do Ciro a presidente.
    Na verdade, Ciro com sua fala dura, é o tempero que falta para o insonso processo eleitoral que teremos caso a polarização entre Dilma e Serra- ambos sem sal- prevaleça.Precisamos de uma eleição que empolgue a população para que o povo tome gosto pela democracia. Lamentavelmente a grande mídia e o presidente Lula vêm provocando esta polarização entre o candidato do governo passado o candidato do governo atual.Polarização esta que nada ajuda na consolidação da jovem democracia brasileira.

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