14 de abr. de 2010

Nós em Estados dificultam viagens de Dilma

Folha

RANIER BRAGON
da Sucursal de Brasília

Depois que viu de perto, nos últimos dias, as divergências na montagem de seus palanques de sustentação regional, Dilma Rousseff (PT) pode enfrentar um campo minado em seu roteiro daqui em diante: em quase todos os Estados há problemas em sua base que vão da disputa de aliados pela mesma vaga à insatisfação com a possibilidade de a ex-ministra pedir votos para o concorrente local.

Em fevereiro, a Folha mostrou que os palanques dilmistas, na ocasião, superavam os simpáticos ao ex-governador José Serra (PSDB) em 40%. A vantagem de ter mais palanques de apoio, entretanto, tem como contrapeso a pressão sofrida para que o respaldo seja exclusivo -ou isonômico, a depender do peso do aliado.

Nos dois últimos dias, Dilma viu, em visita ao Ceará, a ameaça de o acordo PSB-PT no Estado ruir. Eunício Oliveira (PMDB) conta com o apoio do governador Cid Gomes (PSB) na candidatura ao Senado e já ameaça compor chapa com o tucano Tasso Jereissati caso o PT insista em manter o ex-ministro José Pimentel também na disputa ao Senado.

"A única manifestação de insatisfação que vi foi a do Tasso Jereissati, que é da oposição. Se a Dilma não for visitar Estado onde há problema, ela vai ficar em Brasília vendo a banda passar", afirmou o presidente do PT, José Eduardo Dutra.

O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) reforçou: "Ninguém vai segurar a ministra. Ela vai continuar andando, respeitando as diferenças dos Estados". Atualmente, 22 dos 27 Estados podem ter "palanques duplos" de apoio a Dilma. Bahia, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Rondônia, entre outros, apresentam essa chance.

Até em Estados em que Dilma terá provavelmente um palanque único, há risco de problemas. Em Goiás, Dilma apoiará Íris Resende (PMDB) contra o tucano Marconi Perillo. Mas um dos principais defensores dentro do PTB da aliança com Dilma, o deputado federal Jovair Arantes (GO), se aliará à chapa do PSDB.

Além dos problemas na coalizão, o PT também tem prévias marcadas para decidir disputas internas em Minas Gerais, Mato Grosso e Pernambuco. O presidente em exercício, José Alencar, disse que Dilma não está cometendo tropeços em seus discursos pelo país e que está sendo "autêntica".

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u720581.shtml

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