15 de abr. de 2010

Ciro cobra do PSB posição sobre candidatura à Presidência

Folha

MÁRCIO FALCÃO
da Sucursal de Brasília

Em busca de um aval do PSB para ser pré-candidato do partido à Presidência, o deputado Ciro Gomes (CE) partiu para o ataque nesta quinta-feira contra sua legenda cobrando que o partido seja "audacioso e idealista" para sustentar sua candidatura. Em mais um artigo escrito em seu site, Ciro afirma que a polarização eleitoral entre PSDB e PT é uma "briga provinciana dos políticos de São Paulo".

Ciro disse que vai respeitar a decisão do PSB, que está entre lançar candidatura própria e apoiar a presidenciável do PT, Dilma Rousseff, mas vai continuar disposto a entra na corrida presidencial de outubro.

"É fato notório o mal que faz ao Brasil esta polarização amesquinhada, porém mutuamente conveniente, entre o PT e o PSDB. É a imposição ao Brasil, por um preço cada vez mais impagável, da briga provinciana dos políticos de São Paulo. Lá eles são iguais, especialmente nos defeitos. Isto definitivamente não é verdade no Brasil", disse.

O deputado afirmou que não entende a indefinição do partido. "Jamais imaginei, após trinta anos de vida Pública, viver uma situação política como a em que me encontro. A pouco mais de 60 dias do prazo final para as convenções partidárias que formalizam as candidaturas às eleições gerais de 2010, não consigo entender o que quer de mim o meu partido- o Partido Socialista Brasileiro", afirmou.

Segundo Ciro, as eleições não podem ser decididas por trocas fisiológicas. "Basta a ação de pressão e/ou ofertas fisiológicas sobre uma mera meia dúzia de pessoas. Assim mesmo: sobre seis pessoas fechadas e isoladas em gabinetes de Brasília ou de São Paulo pode-se hoje definir as opções todas a serem "escolhidas" pelo povo nas eleições. Isto não é, infelizmente uma hipótese. É o que está acontecendo no Brasil aqui e agora. Omitir-se sobre isto é criminoso", disse.

Na tentativa de convencer seus correligionários, Ciro afirma que alianças são impostas no segundo turno. "O sistema eleitoral prevê dois turnos por respeitar a realidade do país. Uma federação cheia de maravilhosas contradições! Uma realidade de grande fragmentação partidária, parte por sequelas de uma ordem política viciada, parte, entretanto, por expressão de muitas realidades que pedem muitos olhares sobre a vida dura de nossas maiorias. As alianças se impõem e são naturais no segundo turno", disse.

O deputado questiona no texto a quem interessa reduzir o número de candidato e critica a aliança do PT com o PMDB.

"A quem interessa tirar do povo as opções que no passado recente permitiram a um sindicalista chegar à presidência? A história acabou? Não há mais o que criticar ou discutir? Oito de Lula, quatro de Dilma, mais oito de Lula é o melhor que podemos construir pro futuro de nosso Pais? A única alternativa é voltar a turma da privataria como diz o Elio Gaspari? E estas transas tenebrosas de PT com PMDB é o melhor que nossa política pode oferecer como exemplo de prática aos nossos jovens?", questionou.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u721391.shtml

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