3 de mar. de 2010

Tucanos marcam posição sobre campanha de 2010 na comemoração do centenário de Tancredo

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Nas comemorações do centenário de Tancredo Neves, os governadores tucanos de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, utilizaram dos discursos no plenário do Senado para marcar posição sobre a campanha presidencial de 2010.

Potencial candidato pelo PSDB, Serra destacou a importância da alternância de poder para a consolidação da democracia ressaltando que, agora, o desafio do seu partido é superar as conquistas já realizadas desde a redemocratização do país até os oito anos de governo petista.

“Nenhum progresso é garantido e irreversível. Assim como não somos escravos do passado, tampouco devemos crer que a eventual sabedoria dos acertos de hoje e ontem se repetirá hoje e amanhã. Os ganhos ainda não têm condições de sustentabilidade no médio e longo prazo”, disse o governador paulista, ao fazer uma análise dos avanços obtidos na área econômica nos últimos 25 anos.

Neste sentido, José Serra afirmou que as fases da história “não podem ser arbitrariamente dadas a um ou outro governante, mas por fatos que mudaram institucionalmente”. O tucano paulista destacou o fato de o PT, partido “que tinha um comportamento radical”, ter chegado ao poder com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002.

Segundo ele, o Partido dos Trabalhadores foi um dos principais beneficiários das conquistas sociais e culturais definidas pela Constituição Federal de 1988. Além disso, ressaltou que o governo do presidente Lula “soube, posteriormente, colher bons frutos de mudanças institucionais e práticas como o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal e o Proer [Programa de Reestruturação Financeira]”.

Já Aécio Neves, que hoje afirmou estar fora de cogitação compor como candidato à vice-presidência numa chapa com Serra, fez questão de dizer, em seu discurso, que qualquer decisão sobre a política nacional tem que passar por Minas Gerais.

O governador mineiro deixou para o final de sua fala citações do jurista Afonso Arinos de Melo Franco sobre a importância de Minas no cenário nacional. “Minas é o centro e o centro não quer dizer imobilidade, porém peso, densidade, nucleação, vigilância atenta, ação refletida, mas fatal e decisiva.”

Ainda citando o jurista mineiro, Aécio Neves ressaltou que seu estado “tende para a direita, quando a ordem periga e tende para a esquerda, quando periga a liberdade. Age por compensação, como as defesas orgânicas, posição central que, alguns, por vezes, não compreendem, mas sempre agradecem quando, serenadas as paixões, analisam de boa-fé os resultados”.

O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), por sua vez, descartou qualquer possibilidade de composição de chapa pura para as eleições presidenciais. Segundo ele, o partido “nunca pensou nisso”. Guerra disse, ainda, que o governador mineiro disse a ele e ao senador Tasso Jereissati, há algum tempo, que não seria candidato à vice-presidência.

http://www.agenciabrasil.gov.br/?q=node/1273

Nenhum comentário:

Postar um comentário