2 de mar. de 2010

Serra e Aécio: PPS aprova manifesto em apoio à chapa puro-sangue

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O PPS aprovou nesta terça-feira manifesto em apoio à chapa puro-sangue do PSDB na corrida presidencial. O objetivo do partido é tentar convencer o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), a disputar a vice-presidência da República na chapa do governador José Serra (PSDB) ao Palácio do Planalto --especialmente depois do crescimento da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, nas pesquisas de intenção de votos.

O manifesto integra o movimento da oposição para pressionar Aécio a aceitar disputar a vice, depois que abriu mão de encabeçar a chapa presidencial tucana. A Executiva Nacional do PPS decidiu que vai buscar assinaturas e apoio de outros partidos ao texto como forma de mostrar que a oposição deseja o governador de Minas na chapa.

No texto, o PPS afirma que os dois governadores são "lideranças ilibadas e representativas" para o projeto de governar o país.

"Nenhum opção política pessoal que possa envolver esses dois grandes homens públicos brasileiros é mais estratégica que um projeto presidencial para 2010. Projeto esse que ultrapassa os limites do próprio PSDB", diz o texto.

O PPS argumenta que a chapa Serra-Aécio poderia concretizar uma "alternativa ao atual governo federal, que acertou ao dar curso a orientações que emanam de administrações anteriores e fracassou ao não executar reformas, como a política e a tributária".

O presidente do PPS, Roberto Freire, disse que o manifesto tem o peso simbólico de mostrar a Aécio que a oposição deseja a chapa puro sangue nas eleições de outubro. "Quando se fala nessa chapa, você não tem um oposicionista que não se entusiasme. Expressar essa vontade é importante. Não há possibilidade de aliados da oposição não apoiarem essa chapa", afirmou.

Freire disse que, além da chapa puro-sangue ter força para derrotar Dilma, Serra e Aécio têm peso político suficiente para serem eleitos em outubro.

"Temos o presidente Lula muito forte no Nordeste e o Serra no Brasil desenvolvido [Sudeste e Sul]. Essa disputa é acirrada em qualquer lugar do mundo. Mas a maioria deseja a presença dos dois melhores representantes da oposição brasileira", afirmou.

Além do PPS, parlamentares do DEM também vão pressionar o tucano para disputar a vice-presidência na chapa de Serra. Os oposicionistas acreditam que a chapa Serra-Aécio teria força suficiente para derrotar Dilma, mesmo com o apoio de Lula.


Pesquisa

A Executiva Nacional do PPS minimizou os resultados da pesquisa Datafolha, divulgados no domingo, que mostram a redução da vantagem de Serra de 14 para 4 pontos sobre a ministra petista.

Na opinião de Freire, o crescimento de Dilma era esperado uma vez que a ministra tem feito aparições públicas ao lado de Lula, além de ter sua imagem veiculada pelo PT em cadeias de rádio e TV.

"Ela não conseguiu ter um terço, 30% dos votos. Sem dúvida vai superar essa marca, mas a oposição continua em primeiro em todas simulações mesmo sem termos nem candidato lançado. Por que entrar agora em processo de angústia e afobação?", questionou Freire.

O presidente do PPS afirmou que Serra deve lançar oficialmente sua pré-candidatura somente no final de março, próximo ao final do prazo de desincompatibilização dos cargos públicos para os políticos que vão disputar as eleições de outubro.

"Trinta dias é o prazo para isso. Ele aguentou a pressão para lançar a candidatura até agora, foi uma estratégia correta."

Nos bastidores, setores da oposição criticam a demora do PSDB em lançar o nome de Serra na disputa enquanto Dilma já anunciou formalmente a sua pré-candidatura. O tucano é pressionado para assumir a sua candidatura, mas reiterou que vai decidir somente próximo à data de deixar o governo de SP.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u701112.shtml

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