20 de ago. de 2010

Se fosse eleita hoje, Dilma teria 57% do Senado

Embora o próprio PT deva eleger uma bancada de 10 senadores, Dilma teria uma base de 46 senadores aliados a ela. Já Serra, se eleito, passaria dificuldades: teria apenas 32 senadores

congressoemfoco - Rudolfo Lago

Se as eleições fossem hoje, a candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, venceria tanto no primeiro quanto no segundo turno e seria eleita presidente da República. É o que têm apontado todas as pesquisa eleitorais nas suas últimas rodadas. Eleita, Dilma teria uma confortável base de apoio no Senado. O Congresso em Foco analisou as últimas pesquisas disponíveis em cada estado. Considerados esses números, a base de apoio de Dilma elegeria 46 senadores. Trata-se de uma maioria de 57%. Ficam descontados aí senadores que são de partidos da base de Dilma mas ou claramente se opõem a ela e ao PT (casos de Jarbas Vasconcelos, Luiz Henrique da Silveira e Orestes Quércia, do PMDB) ou que demonstram uma posição independente (casos de Pedro Simon e Germano Rigotto, também peemedebistas). Inclui-se na base dela um senador de um partido que formalmente está na chapa de José Serra: Fernando Collor (PTB).

Já José Serra, do PSDB, se conseguir reverter a desvantagem que tem hoje para Dilma, sofrerá um bocado para governar. Ele ficaria bem longe da maioria. Teria ao seu lado apenas 32 senadores, 39% do total. Caso ainda mais grave seria na hipótese de uma vitória de Marina Silva. Hoje, o PV tem ela como senadora. De acordo com as pesquisas, no ano que vem, não haverá nenhum senador verde.

Em dois estados, Sergipe e Pará, não há pesquisas recentes. As pesquisas disponíveis incluem políticos que acabaram não sendo candidatos ao Senado. Casos de Jackson Barreto (PMDB), que é candidato a vice na chapa de Marcelo Déda, do PT, em Sergipe, e Valéria Pires Franco, do DEM, no Pará. O Congresso em Foco inicialmente considerou-os, mas diante da manifestação de leitores, alterou o critério.

O site desconsiderou também o fato de que alguns senadores que têm mandato até 2015 disputam governos estaduais. Casos de Tião Viana (PT) no Acre, Fernando Collor (PTB) em Alagoas e Alfredo Nascimento (PR) no Amazonas. Caso eles venham a ser eleitos, porém, assumirão seus suplentes, que não alterarão os números de apoio a cada candidato. Desconsiderou também aqueles que estão com as candidaturas impugnadas ou mesmo já constestadas pelos Tribunais Regionais Eleitorais, uma vez que ainda há possibilidade de recurso para todos os casos.

Se eleita, Dilma terá no Senado uma situação semelhante à que tem Lula. Pode-se dizer que o presidente tem em torno de 48 senadores na sua base. Embora o PTB hoje esteja formalmente na chapa de Serra, o partido no Senado costuma votar com o governo. Ele não conta no PMDB com o voto de Jarbas Vasconcelos (PE). E Pedro Simon (PMDB-RS) costuma adotar uma postura independente. Cristovam Buarque (PDT) também, mas como está agora coligado à chapa do PT, é provável que assuma postura mais dócil.

Crescimento do PMDB

A força da bancada que apoia Dilma não vem exatamente do PT. De acordo com as últimas pesquisas, o partido até deverá crescer, aumentando de oito para nove os seus senadores. O PMDB, porém, pelos números mais recentes, passaria dos atuais 18 senadores para 20. Salto importante daria o PSB, que aumentaria de dois para quatro os seus senadores.

No caso de uma vitória de Serra, ele sustentaria seu apoio em seu próprio partido. O PSDB elegeria, pelos números de hoje, 14 senadores. Manteria a mesma bancada que tem hoje. Já o DEM perderia: cairia dos atuais 14 para 11.

Plínio de Arruda Sampaio, numa hipótese hoje completamente improvável de se eleger, teria uma senadora na sua bancada. Na verdade, de certa forma, uma senadora a contragosto. Heloisa Helena, que deve retornar como senadora por Alagoas, trabalhou internamente no Psol para que Plínio não fosse o candidato do partido.

http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_canal=21&cod_publicacao=34088

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