Folha
BRENO COSTA
da Reportagem Local
O anúncio do empresário Guilherme Leal como vice na chapa de Marina Silva não rendeu adesão imediata de pesos-pesados do empresariado à pré-candidatura do Partido Verde à Presidência.
A Folha aproveitou a sabatina informal à qual Marina foi submetida por cerca de 350 executivos, nesta segunda-feira em São Paulo, para promover uma enquete sobre a pré-candidata.
Sob a condição de anonimato, foram ouvidos 25 empresários. Apenas quatro afirmaram que pretendem votar em Marina. Os executivos foram ouvidos aleatoriamente.
Ao lado de Leal, executivo da Natura e dono de fortuna estimada em US$ 2,1 bilhões, a pré-candidata falou durante 20 minutos e, em seguida, respondeu a 11 perguntas feitas pela plateia, sobre temas como reformas fiscal, tributária e agrária, mídia e meio ambiente.
À maioria delas, não conseguiu responder objetivamente, especialmente questões de cunho mais econômico.
Questionada sobre qual ela acha que deve ser a meta de crescimento da economia, por exemplo, Marina disse que não falaria na base do "achômetro" e que está "em fase de elaboração de plano de governo".
A reportagem fez duas perguntas aos empresários. A primeira pedia uma avaliação da performance de Marina: "ruim", "regular", "boa" ou "muito boa". A maioria (18 empresários) considerou "muito boa" ou "boa" a palestra.
Em seguida, ao serem questionados se votariam em Marina, 21 disseram que não.
Informada do resultado da sondagem, Marina desconversou: "Não faço esse cálculo tão pragmático. Eu venho aqui para uma discussão que eu pretendo que seja programática. Vim aqui para ouvir as pessoas através de suas perguntas".
O almoço-palestra foi organizado pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), presidido pelo empresário João Dória Jr.
Os pré-candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) também deverão participar em breve. O grupo tem cerca de 650 empresas associadas e afirma representar 43% do PIB privado nacional.
Gradual
A organização do evento não informou quantas empresas estavam representadas ontem. Na plateia estavam, entre outros, o copresidente do Conselho de Administração da Brasil Foods Luiz Fernando Furlan e o diretor-executivo da Klabin, Roberto Klabin.
Para Guilherme Leal, o apoio de empresários à senadora --um dos objetivos de sua escolha para vice-- virá com o tempo. "É uma coconstrução. [Virá] na hora em que os empresários puderem aprofundar essa construção e se sentirem mais copartícipes desse projeto."
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u736628.shtml
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