19 de mai. de 2010

Dilma rebate Serra e diz que fará governo municipalista, sem olhar filiação partidária

Folha

da Reportagem Local

A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, foi a terceira e última a ser sabatinada nesta quarta-feira por prefeitos em Brasília. Ela rebateu a crítica de José Serra (PSDB) de que o PT aparelhou o governo e criticou o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

"Faremos um governo municipalista. Não olhamos filiação partidária." Em um ataque aos tucanos, ela afirmou que o atual governo tirou o país de uma "época terrível, sem planejamento".

Dilma disse que época de "prefeitos com pires na mão" foi enterrada pelo governo federal. Mais cedo, Serra disse o contrário.

A petista afirmou que a construção de "creches é uma das coisas mais importantes" do próximo mandato. Ela assumiu o compromisso de, se eleita, lutar por mais recursos para a saúde, mas ressaltou: "Sabemos perfeitamente que houve perda de R$ 40 bilhões quando a CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira] foi extinta".

Aos prefeitos, Dilma defendeu as desonerações do governo, que acabaram reduzindo o FPM (Fundo de Participação dos Municípios). Mas disse que é contra "fazer bondade com chapéu alheio". "Sou a favor do diálogo para discutir, justamente, o chapéu."

Repetindo ataque feito pelo ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), ela disse que FHC recebia prefeitos com "cães e polícia".

Dilma afirmou ainda que que, além do pré-sal, os prefeitos também devem brigar pelos royalties da mineração brasileira.

Ela disse que a partilha do pré-sal é mais importante que os royalties. "Não estou desfazendo dos royalties. Acho importantíssimo que os prefeitos recebam. Mas jamais descuidem de olhar a receita da partilha."

"Nosso objetivo era distribuir para todos os municípios", reiterou Dilma, acrescentando que, "infelizmente", isso não foi possível.

Dilma foi aplaudida por prefeitos ao afirmar que o Brasil deve ser elevado à quinta economia do mundo não pelo seu PIB (Produto Interno Bruto), mas pelo "nível de vida da sua população".

A petista ainda defendeu dois pontos "inimigos" dos cofres das pequenas prefeituras: piso para o magistério e aumento real do salário mínimo. "Isso [problema de caixa dos prefeitos] não pode ser entrave para darmos os primeiros passos."

Dilma foi a única dos presidenciáveis a deixar o auditório do Hotel Royal Tulip, onde se realiza a Marcha dos Prefeitos, aclamada por gritos dos municipalistas: "Brasil pra frente, Dilma presidente".

Ela encerrou sua participação no debate com os prefeitos afirmando que o presidente Lula "lançou as bases" para o Brasil, mas que "só superando a nós mesmos podemos chegar a ser um grande país".

Marcha

Cerca de 4.000 prefeitos participam da Marcha Nacional em Defesa dos Municípios, que começou ontem em Brasília.

Durante a sabatina, cada pré-candidato teve uma hora para expor suas ideias e responder às perguntas. A ordem foi definida em sorteio. O primeiro a falar foi Serra, seguido por Marina e Dilma. Foram três temas preestabelecidos: pacto federativo, educação e saúde.

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