26 de set. de 2009

Juntos em São Paulo, Serra e Dilma demonstram preocupação com aliados

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SÃO PAULO - Dois pré-candidatos à Presidência da República em 2010 dividiram ontem o mesmo palco em São Paulo, durante a abertura de um evento imobiliário. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), trocaram gentilezas em público. Fizeram os discursos de praxe, elogiaram os programas habitacionais federal (Dilma) e estadual (Serra) e depois teceram comentários sobre o atual quadro político, tanto em relação a possíveis alianças quanto aos resultados das últimas pesquisas eleitorais.

Para Dilma, o PMDB, partido da base do governo federal, não esconde seu apoio ao sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. " O PMDB não esconde o apoio ao governo Lula, à sucessão " , disse Dilma.

Na semana passada, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), cobrou do PT e do presidente uma definição rápida sobre uma aliança com o partido em 2010 e disse que a vaga de vice deve ser do PMDB. Sobre o assunto, a ministra afirmou que só pode assumir sua candidatura depois que o PT decidir em assembleia ou congresso do partido. " Mas fico contente com as manifestações [do PMDB]. "

Para Serra, que conta com o apoio do PMDB paulista, liderado pelo ex-governador Orestes Quércia, o que deve ser ressaltado é a importância da política local para a definição do cenário nacional nas eleições. " Política local num país como o Brasil tem uma importância enorme. "

Ele citou como exemplo o ex-presidente Fernando Collor. " Até um presidente da República caiu por causa da política local. O que derrubou Collor foi um jornalzinho de Alagoas. A gente costuma esquecer, mas na hora ´h´ tem uma presença muito forte. "

Rachados, os pemedebistas favoráveis à candidatura de Serra ao Palácio do Planalto querem adiar o fechamento da aliança com o PT para a eleição de 2010. Serra, no entanto, evitou falar sobre uma possível candidatura à Presidência da República em 2010.

" Estou comprometido com a minha função de governador de São Paulo, fui eleito no primeiro turno, é uma trabalheira imensa, vou continuar focalizado nisso " , disse o tucano durante evento imobiliário, na capital paulista. " A campanha [eleitoral] foi, infelizmente, muito antecipada. Mas eu não vou antecipar " , reiterou.

Sobre a pesquisa CNI/Ibope, divulgada nesta semana, o governador afirmou que o resultado é um reconhecimento de seu trabalho público. " É um motivo de muita satisfação, estando aqui em São Paulo, não estando presente na política nacional, não me declarando candidato, ter uma avaliação tão boa por parte da população brasileira. "

O tucano ressaltou, no entanto, que não está em campanha. " No ano que vem, com muita tranquilidade, vamos decidir sobre isso. "

Segundo a pesquisa, Serra lidera a corrida pela Presidência da República em todos os cenários nos quais aparece como candidato do PSDB. Sem o tucano na disputa, a pesquisa mostra o deputado Ciro Gomes (PSB) como o melhor posicionado na corrida pelo Palácio do Planalto.

Em um primeiro cenário, na disputa entre Serra, Dilma e Ciro, o governador de São Paulo venceria as eleições com 34% das intenções de voto. Dilma e Ciro ficariam empatados em segundo lugar, com 14% das intenções de voto. São seguidos pelos pré-candidatos Heloísa Helena (P-SOL), com 8%, e senadora Marina Silva (PV), com 6%. Os votos em branco, nulos e os eleitores que não responderam à pergunta somariam 23%.

Em outro cenário, no qual Serra é substituído por Aécio, Ciro venceria a disputa com 25% dos votos. Dilma apareceria em segundo lugar, com 16% das intenções de votos, seguida por Aécio, com 12%. A ex-senadora Heloísa Helena receberia 11% das intenções e voto e, em último lugar, apareceria Marina Silva com 8%. Os votos em branco, nulos e os eleitores que não responderam somariam 28%.

Dilma minimizou o resultado da pesquisa. " Pesquisa é sempre um retrato do momento, mas acredito que vamos conseguir fazer o sucessor de Lula. É uma expectativa de todo o governo. "

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