11 de ago. de 2010

Na propaganda, Dilma cola em Lula, e Serra foca 'social'

Folha

Na estreia do horário eleitoral gratuito, na próxima terça-feira, Dilma Rousseff (PT) apostará todas as fichas na associação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto José Serra (PSDB) vai investir em mostrar programas de seu governo, para tentar mostrar que tem "sensibilidade social".

Fora da polarização entre os dois líderes nas pesquisas, Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) apostam em recursos gráficos, artistas e no suporte da internet para compensar a falta de tempo na TV.

O programa do PSDB, comandado por Luiz Gonzalez, incluirá quadros em que Serra visita beneficiários de programas criados por ele.

Ele já gravou ao lado de trabalhadores rurais beneficiados pelo Pronaf, de enfermeiras e mutuários da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano). Em recente viagem, visitou pessoas atendidas pela Apae. Nas cenas, Serra atua sempre como "âncora".

O PSDB vai comparar a biografia dele com a de Dilma. Num primeiro momento, os ataques ao PT deverão ser reservados às inserções, comerciais de 30 segundos.

Os primeiros programas de TV de Dilma mostrarão quase tantas imagens de Lula quanto da candidata. A estratégia do marqueteiro João Santana é grudar no eleitor a ideia de que ela é a continuadora do governo.

Obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e beneficiários do Luz Para Todos e do Minha Casa, Minha Vida serão mostrados.

A equipe tem captado imagens e coletado histórias pelo país. Dilma faz gravações em diferentes Estados ao menos duas vezes por semana.

Também será fundamental apresentar a petista, novata nas urnas. Para isso, foi coletado material histórico e foram gravadas imagens da candidata em Minas, onde nasceu, e no Rio Grande do Sul, sua base política.

Na tentativa de aplacar a linguagem técnica e "suavizar" a imagem da candidata, os programas vão apostar em uma linguagem popular.

Está em estudo uma espécie de "talk show", no qual a petista responderia a perguntas de uma plateia.

O programa de Marina Silva (PV) investirá na linguagem pop para tentar chamar atenção do eleitorado em um minuto e 24 segundos.

A principal aposta são filmes em formato de história em quadrinhos, ideia do cineasta Fernando Meirelles, que não atua nas gravações.

O modelo é o documentário "The Story of Stuff", da norte-americana Annie Leonard. Quando a candidata falar sobre habitação, por exemplo, será mostrada a animação de uma casa ganhando novos cômodos.

O PV usará artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Adriana Calcanhoto.

Na primeira semana, a prioridade é apresentar a senadora, que ainda é desconhecida por 34% do eleitorado, segundo o Datafolha.

Os programas são coordenados pelo publicitário Paulo de Tarso Santos, que fez as campanhas de Lula em 89 e 94, e devem custar de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões.

Com previsão de gastos de R$ 120 mil e só 61 segundos, a propaganda do PSOL será dividida em temas e criticará o governo Lula na área social.

O programa, feito pela Realejo Filmes, vai intercalar recursos gráficos e falas de Plínio, quase sempre em estúdio. Na peça que aborda a reforma agrária, por exemplo, uma maquete com a bandeira do Brasil aparece fincada com legumes, frutas e verduras para mostrar como a terra é usada no Brasil.

Para compensar a falta de tempo, Plínio convidará os eleitores a visitar seu site de campanha, onde haverá vídeos mais longos.

Editoria de Arte/Folhapress


http://www1.folha.uol.com.br/poder/781190-na-propaganda-dilma-cola-em-lula-e-serra-foca-social.shtml

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