Folha
O governador de Minas Gerais e candidato à reeleição, Antonio Anastasia (PSDB), rejeitou nesta terça-feira a comparação com Dilma Roussef (PT), por não ter experiência eleitoral e por supostamente ter sido "fabricado" pelo ex-governador Aécio Neves.
"Há uma questão muito artificial entre quem é técnico e quem é político. Os políticos têm que ter conhecimento técnico e técnicos tem que ter sensibilidade politica. Eu me dediquei a vida inteira à administração pública. Acredito que no âmbito da política, ainda que não tenha me candidatado, tenho uma larga experiência política", disse ele em sabatina promovida pela Folha e pelo UOL em Minas Gerais.
Anastasia disse que, ao contrário de Dilma, não aparece bem colocado nas pesquisas porque não teve a visibilidade do governo federal.
"O presidente da República e ministros têm visibilidade muito distinta dos governos estaduais. A dimensão do alcance do nome e do reconhecimento público são muito maiores do que qualquer governador poderia fazer. Esse desconhecimento será superado ao curso da campanha."
O governador mineiro admitiu que parte dos eleitores do Estado ainda não o conhece, mas avaliou que o problema será resolvido com a propaganda eleitoral na TV.
"Se sairmos para perguntar quem é o governador, muita gente ainda não sabe. como superar isso? Com a propaganda eleitoral. O que nós temos é pouco acesso à informação. E não é em Minas, mas no cenário nacional".
AÉCIO
O candidato garantiu que, embora vá participar do processo, Aécio não indicará nomes do secretariado mineiro, caso os tucanos vençam a eleição.
"Não indicará porque ele será senador da República. Os secretários serão indicados pelo governador e pelos partidos que nos apoiam."
HÉLIO COSTA
Após reconhecer que não está bem posicionado nas pesquisas de intenção de voto, recorreu à pesquisa espontânea --a que não fornece nomes de candidatos ao perguntado-- para dizer que a maior parte do eleitorado mineiro ainda não escolheu o candidato.
"Até por ser racional eu não brigo com nenhuma pesquisa. São todas feitas por institutos quase todos muito sérios e corretos. Agora, quando é o voto espontâneo, os dois [ele e o adversário Hélio Costa, do PMDB] estão empatados com 12, 13%. Quase 80% dos mineiros não têm candidato ainda", disse.
Sobre Hélio Costa, o governador mineiro afirmou que "adversário não é inimigo", e disse que recebeu do ex-presidente da República Itamar Franco o conselho de que se "se não se deve falar mal, também não se deve falar bem".
Apesar disso, rejeitou Costa como um nome forte para o governo.
"O meu adversário é muito conhecido, foi ministro, senador, candidato duas vezes no Estado. O nome dele é forte, rígido? Não me parece. Marqueteiros do lado adversário confessaram que há um lado volátil e com pouca base."
Provocado diversas vezes, acabou por dizer: "Ele é cruzeirense. Tem o meu respeito por isso".
Anastasia disse ainda que o governo federal "nunca deu valor à gestão profissional".
SABATINA
O evento com Anastasia acontece no Royal Golden Hotel, na Savassi, na região central de BH.
O tucano é apoiado pelo ex-governador Aécio Neves (PSDB), que concorre ao Senado. Anastasia foi vice de Aécio até março deste ano.
Segundo o último Datafolha, o governador tem 18% das intenções de voto, contra 44% do senador Hélio Costa, que será sabatinado amanhã.
A ordem em que os candidatos serão sabatinados foi definida segundo a colocação no último Datafolha. O mais bem posicionado nas pesquisas será o último a ser sabatinado. Os convidados para o evento tiveram índices de intenção de votos igual ou superior a 10% do universo pesquisado.
Por duas horas, os candidatos responderão a perguntas de quatro entrevistadores e da plateia, que poderá enviar questões por escrito. A bancada será composta por Vinicius Mota, secretário de Redação, Júlio Veríssimo, coordenador da Agência Folha, Valdo Cruz, repórter especial, e Paulo Peixoto, correspondente da Folha em Belo Horizonte.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/780661-anastasia-rejeita-comparacao-com-dilma-por-nunca-ter-sido-candidato.shtml
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