11 de ago. de 2010

Impedido de usar nomes de Dilma e Lula, Collor chama decisão de "reserva de mercado"

Carlos Madeiro
Especial para o UOL Eleições

O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Alagoas negou nesta quarta-feira (11) recurso impetrado pela coligação "O povo no governo" e confirmou, por unanimidade de votos (6x0), que o senador e candidato ao governo do Estado, Fernando Collor de Mello (PTB), não pode utilizar os nomes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua candidata Dilma Rousseff (PT).

A decisão confirmou o que já havia sido sentenciado pelo juiz da propaganda eleitoral, Antônio Carlos Gouveia, que argumentou que um candidato não pode utilizar o nome de político de partidos a qual não esteja coligado. Ele atendeu a uma ação da coligação o “Frente Popular por Alagoas”, que reúne em Alagoas, entre outros partidos, PT, PDT, PMDB e PCdoB.

As decisões do juiz e do TRE se baseiam no fato de, em âmbito nacional, o PTB de Collor estar coligado com o PSDB, do candidato à presidência José Serra. Já em Alagoas, o PT de Dilma e Lula se coligou com o candidato do PDT, Ronaldo Lessa. Com a nova decisão, Collor ainda pode recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Pela manhã, durante sabatina na rádio Difusora de Alagoas, Collor comentou a ação da coligação “Frente Popular por Alagoas” e foi irônico ao dizer que “achava que tinha acabado com todas as reservas de mercados do Brasil” quando era presidente da República. “Mas percebi que sobrou uma, que foi a eleitoral. Essa proibição é uma coisa nonsense. A candidata Dilma e o presidente Lula têm dois palanques em Alagoas, e isso já foi deixado claro por eles, é uma coisa salutar”, afirmou.

Sempre citando Dilma como "futura presidenta", o senador ainda aproveitou para fazer elogios ao presidente Lula. “Digo, sem medo de errar, que ao término do seu mandato Lula será o melhor presidente do Brasil até então”, afirmou Collor.

Protesto pela manhã

Ainda pela manhã, no centro de Maceió, um ato intitulado “Collor nunca mais”, liderado pelo MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral), levou cerca de 800 pessoas às ruas da capital alagoana. No mesmo horário e local, uma outra manifestação, com cerca de 500 pessoas, declarava apoio ao ex-presidente e repudiava o protesto.

No encontro das duas manifestações, na praça Sininbu, houve tumulto, e a Polícia Militar precisou intervir. Duas pessoas ligadas a Collor, que provocaram os manifestantes com uma faixa dizendo que o movimento “Collor nunca mais” seria “hipocrisia”, chegaram a ser detidos pela Polícia Militar, mas foram liberados instantes depois, ainda no local.

Um deles afirmou que recebeu R$ 20,00 da coligação de Collor para ir com a faixa até o meio dos manifestantes. “Vamos levar essa denúncia ao Ministério Público Eleitoral. Temos informações de que cada pessoa que está nessa passeata recebeu R$ 50”, disse o coordenador do MCCE em Alagoas, Antônio Fernando, o Fernando CPI.

Já Collor declarou que não via problema na manifestação e disse que não organizou passeata a seu favor. “Assim como existe o movimento ‘Fora, Collor’, existem outros, como o ‘Collor para sempre’, ‘Volta, Collor’. Ou seja, há Collor para todos os gostos, e cada um desfruta da forma que achar conveniente. O protesto faz parte do jogo democrático”, disse.

http://eleicoes.uol.com.br/2010/alagoas/ultimas-noticias/2010/08/11/treal-proibe-collor-de-citar-nomes-de-dilma-e-lula-ex-presidente-diz-que-decisao-e-reserva-de-mercado.jhtm

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