20 de jan. de 2010

Padilha nega interesse do PT-PMDB em antecipar escolha de vice de Dilma

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Em meio às articulações entre PT e PMDB para a indicação de um nome peemedebista que deverá compor a chapa da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência da República, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) disse hoje que o governo não tem interesse em "antecipar" a escolha do vice na chapa da petista.

Padilha afirmou que o vice "será composto no momento certo". "Não interessa a ninguém qualquer tipo de antecipação", afirmou.

Segundo o ministro, o PMDB tem "todas as condições" de apresentar um nome que poderá "ajudar na composição de uma chapa vitoriosa".

Padilha disse que a relação PT-PMDB é a "melhor possível", capaz de garantir a governabilidade no Congresso Nacional e conduzir o processo de sucessão presidencial. "Com a retomada do Congresso, as conversas serão retomadas. Ontem, o PDT sinalizou um apoio a Dilma, que foi importante", afirmou.

O ministro disse que as cúpulas do PT e do PMDB vão definir o nome do vice para a chapa de Dilma depois de solucionados os impasses regionais que emperram a formalização da aliança entre as duas legendas.

"Quem debate isso são as direções partidárias, não o governo, inclusive o próprio presidente já disse que acha que as direções partidárias têm que sentar e negociar a campanha nacional e também a regional", afirmou.

Padilha disse que não existe a imposição do PMDB ou do PT para colocar "goela abaixo" o nome de sua melhor preferência para a chapa de Dilma. "Isso não existe. A aliança é sólida, a base aqui é sólida, tanto que aprovamos mais de 20 MPs de combate à crise. A relação é ótima."

Temer

Cotado dentro do PMDB para ser indicado à vice-presidência na chapa de Dilma, o presidente da Câmara, Michel Temer (SP), desconversou quando questionado hoje sobre a eventual indicação do seu nome.

Temer disse que tem até o dia 10 de março para definir se disputará a reeleição para o comando do PMDB, mas sinalizou estar disposto em disputar uma vaga na Câmara caso não saia na chapa de Dilma.

"Vamos conversar sobre isso, tem que ser até 10 de março. Acho que será um esforço para a minha candidatura de deputado federal, não preciso demonstrar força nenhuma [para ser vice]", afirmou.

Ele minimizou o jantar, que será realizado hoje com a cúpula do PMDB, para discutir a aliança com o PT nas eleições deste ano. "Todo mês almoçamos ou jantamos duas vezes. A conversa já estava combinada, meio como rotina."

Reportagem publicada hoje pela Folha afirma que o PMDB deseja acelerar o projeto de estar unido aos petistas nas disputas eleitorais de 2010.

O assunto será discutido no jantar da cúpula do PMDB. Devem estar presentes os presidentes da Câmara, do Senado, José Sarney (AP), os líderes do partido no Congresso e alguns interessados na disputa deste ano, como o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (pré-candidato ao governo da Bahia), e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (filiado no ano passado).

A avaliação entre dirigentes do PMDB é que, quanto mais o tempo passar, mais o partido corre o risco de perder valor na pretendida coalizão com o PT visando a eleição presidencial em outubro. Dilma, numa hipótese otimista para o PT, ficaria forte a ponto de relativizar a necessidade de apoio formal dos peemedebistas.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u682157.shtml

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