15 de jan. de 2010

Aproximação do PV com o DEM e o PSDB no Rio pode sepultar apoio do PSol à candidatura de Marina

Correio Braziliense - Izabelle Torres

A possibilidade de o PV dar o aval para a candidatura do deputado Fernando Gabeira ao governo do Rio de Janeiro com o apoio de partidos como o DEM e o PSDB despertou reações no PSol. A legenda presidida pela ex-senadora Heloísa Helena (AL) estava dando como certa a aliança com o PV e o apoio à candidatura verde de Marina Silva à Presidência da República. “Mas essa sinalização de uma aliança no Rio com a oposição de direita muda tudo. Entendemos que, se o Gabeira sair candidato com o apoio desses partidos, a Marina estará se posicionando alinhada com o José Serra. Não é isso que estamos buscando”, comenta o líder da legenda na Câmara, Ivan Valente (SP).

A mesma posição do paulista é defendida pela corrente Movimento de Esquerda Socialista, da qual faz parte a deputada Luciana Genro (RS). O grupo afirmou que a hipótese de alianças desenhada no Rio foge às diretrizes citadas pelo PV em resposta aos itens levantados pelo PSol em uma carta apresentada no fim do ano passado à direção da sigla verde. No documento, a legenda de Heloísa Helena afirmou que o primeiro requisito para criar condições de aliança seria o fato de a candidatura de Marina Silva representar a expressão de uma política independente, capaz de enfrentar a polarização conservadora entre PSDB e PT. Em resposta, segundo relato de integrantes do PSol, o PV se declarou de acordo com o critério e se disse favorável a candidaturas independentes em todos os estados. “O Rio é simbólico e essa possibilidade que envolve a candidatura de Gabeira em nada tem a ver com a carta que o PV nos enviou”, analisa Valente.

Em uma carta assinada pela deputada Luciana Genro e pelos dirigentes do PSol Martiniano Cavalcanti e Roberto Robaina, os integrantes da corrente dão o tom da insatisfação dentro do partido. “O princípio fundamental para que a aliança ao redor do nome de Marina fosse concretizada é a viabilização mínima de uma política independente dos dois blocos de poder do capital, um contraponto à polarização conservadora. Mas, se no terceiro colégio eleitoral do país o PV é abertamente instrumentalizado pelos tucanos na disputa, então a independência está sepultada. Tal aliança no Rio é o símbolo desse sepultamento. Consideramos uma clara derrota que Marina não se converta em candidata independente”, diz o texto.

O tema será discutido no próximo dia 21 em reunião da executiva do PSol. Até lá, integrantes da legenda pretendem conversar com membros do PV e analisar qual é a real tendência do partido no Rio de Janeiro. Se perceberem que a aliança com legendas da direita será concretizada, devem abandonar as negociações por uma aliança e insistir na candidatura da presidente nacional da sigla, Heloísa Helena, à sucessão no Palácio do Planalto. Uma possibilidade que não agrada à alagoana, que tem demonstrado interesse na disputa pelo Senado, onde sua vitória é tida como certa.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/01/15/politica,i=166639/APROXIMACAO+DO+PV+COM+O+DEM+E+O+PSDB+NO+RIO+PODE+SEPULTAR+APOIO+DO+PSOL+A+CANDIDATURA+DE+MARINA.shtml

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