31 de mai. de 2010

Marina monta time para auxiliá-la nas sabatinas dos pré-candidatos ao Planalto

Marqueteiro atuou na campanha de Lula nas disputas presidenciais de 1989 e 1994

Correio Braziliense - Flávia Foreque | Ivan Iunes


Com tempo reduzido de televisão e orçamento apertado, a pré-candidata ao Planalto Marina Silva (PV) decidiu apostar as cartas nos debates e nas sabatinas promovidas com presidenciáveis. A preparação para os eventos ganhou, nos últimos dias, função de alta hierarquia na pré-campanha da senadora acreana. Ao assumir o microfone durante uma rodada de perguntas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), na semana passada, Marina fez questão de apresentar o time de “preparadores”, escalados para a função de subsidiar a pré-candidata nos debates e sabatinas. O grupo inclui Paulo Sandroni e Eduardo Gianetti, além do empresário Guilherme Leal, vice na chapa verde. O marqueteiro Paulo de Tarso também acompanhou de perto o ensaio.

Somente no mês de maio, os principais candidatos ao Palácio do Planalto se encontraram três vezes em sabatinas e debates. Com os encontros cada vez mais frequentes, a candidata do PV tem dedicado tempo considerável para ter um bom desempenho nos eventos. E para cada rodada de propostas, outros especialistas têm sido convocados. No início do mês, prefeitos do interior mineiro auxiliaram a pré-candidata durante o encontro promovido pela Associação Mineira de Municípios. A série de dados recebidos sobre as cidades brasileiras cimentou as propostas verdes apresentadas duas semanas depois, durante a Marcha dos Prefeitos, em Brasília. A empreitada também contou com o auxílio do ex-prefeito de Atibaia (SP) José Roberto Tricoli (PV).

A campanha de Marina conta com um número flexível de colaboradores — os voluntários podem variar entre 10 e 40 pessoas. O grupo não apenas abastece a candidata de dados como também sugere táticas para melhor se comunicar com o eleitorado e atacar os adversários. Nesse ponto, contudo, Marina é “turrona”. Não aceita as sugestões sem contestar ou questionar a eficácia da estratégia. Na função de marqueteiro de campanha, quem carrega o bastão é Paulo de Tarso, responsável pela campanha de Luiz Inácio Lula da Silva em 1989 e 1994. Ele tem reforçado o discurso de que Marina “não é candidata a santa, mas a presidenta”, o que implica adotar um tom mais duro e crítico em relação aos adversários.


Púlpito
O caráter missionário da pré-campanha de Marina, no entanto, não foi totalmente engavetado. Evangélica, seguidora da Assembleia de Deus, a senadora ocupou o púlpito durante um culto na cidade de Mogi Guaçu, interior de São Paulo, nesse domingo. Aos religiosos e 20 pastores que representam a Assembleia na região, a pré-candidata pediu que não “satanizem” seus adversários nas eleições. “O mesmo Deus que me ama, ama Dilma (Rousseff), ama (José) Serra e ama Plínio (de Arruda Sampaio)”, enalteceu Marina.

Por 40 minutos, a pré-candidata falou sobre sua vida, sua carreira política e os seus problemas de saúde. Os presentes entrecortavam com “glória” e “aleluia” a afirmação de Marina de que havia sido curada pela fé, depois de ser desenganada pelos médicos ao contrair malária e hepatite. Questionada sobre a conveniência de ocupar o púlpito de local religioso para fazer discurso de campanha, a senadora tergiversou e disse que não temia as críticas. “Não temo por questões de princípios, a minha fé é pública, todos me conhecem”, declarou. “Sou o que sou desde quando eu era cristã católica. Nós somos um Estado laico e isso é muito positivo tanto para quem crê como para quem não crê, ou é evangélico, como para espírita, como para católico ou qualquer pessoa”, completou.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/05/31/politica,i=195299/MARINA+MONTA+TIME+PARA+AUXILIA+LA+NAS+SABATINAS+DOS+PRE+CANDIDATOS+AO+PLANALTO.shtml

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