15 de out. de 2010

Em cenário estável, Dilma mantém vantagem de oito pontos sobre Serra, diz Datafolha

Folha

ALEC DUARTE
EDITOR-ADJUNTO DE PODER

A segunda pesquisa Datafolha no segundo turno da eleição presidencial apresenta um cenário de estabilidade. Dilma Rousseff (PT) tem 54% dos votos válidos (excluem brancos, nulos e indecisos), contra 46% de seu oponente, José Serra (PSDB).

Os dados são exatamente os mesmos registrados em levantamento realizado na semana passada. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

A taxa de indecisos, porém, oscilou para cima e agora está em 8% (era 7% na pesquisa anterior). Os que pretendem anular o voto ou votar em branco, 4%, eram em número idêntico na semana anterior.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/815388-em-cenario-estavel-dilma-mantem-vantagem-de-oito-pontos-sobre-serra-diz-datafolha.shtml

Dilma Rousseff - Plano de Governo

Aguardando envio.

José Serra - Plano de Governo

Aguardando envio.

6 de out. de 2010

Marina diz que apoio no 2o turno, se houver, será programático

SÃO PAULO (Reuters) - A ex-candidata do PV à Presidência Marina Silva, disse nesta quarta-feira que seu apoio a Dilma Rousseff (PT) ou a José Serra (PSDB) no segundo turno das eleições presidenciais, se houver, será dado em bases programáticas.

"Nós não podemos nos apequenar a uma discussão de conveniência", disse Marina em entrevista à rádio Jovem Pan. Ela teve quase 20 milhões de votos e foi a terceira mais votada no primeiro turno da eleição presidencial realizada no domingo.

"Não adianta apenas ter declaração de intenção. As pessoas têm que entender o que as urnas estão dizendo", afirmou a ex-ministra do Meio Ambiente, acrescentando que a plataforma defendida por sua candidatura e por seu partido será apresentada para Serra e para Dilma.

A ex-candidata reiterou que uma decisão sobre um eventual apoio no segundo turno será tomada após consulta a todos os setores de seu partido.

Perguntada se pretende seguir a posição do PV após a consulta, Marina respondeu que: "Vou me submeter a esse processo." A ex-candidata não deu mais detalhes.

Marina foi a candidata que mais cresceu na reta final para o primeiro turno e, no domingo, conseguiu votação bastante superior ao que vinha sendo apontado pelas pesquisas de intenção de voto antes da eleição.

O desempenho da verde, apontado como um dos fatores que impediram vitória de Dilma já no domingo e que provocou o segundo turno, fez que com Marina passasse a ser cortejada por PT e PSDB, que buscam o apoio da ex-ministra de olho na parcela do eleitorado conquistada por ela.

"Eu nem estou colocando essa palavra apoio ou não apoio. Estou colocando a palavra posição", disse. "Quando eu decidir a minha posição em relação a esse processo, ela será de conhecimento dos brasileiros e dos candidatos. O que eu vou fazer com ela, eu vou decidir depois", disse quando questionada se participaria da propaganda eleitoral do candidato que eventualmente decidir apoiar.

Marina reclamou também dos institutos de pesquisa, e deu a entender que as sondagens impediram que ela amealhassem mais votos.

"Eu diria que foi um problema, porque muita gente se referenciava nas pesquisas", avaliou. Para a ex-ministra, os institutos não capturaram "metodologicamente o que se via nas ruas".

(Por Eduardo Simões)

http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE69506K20101006

Marina trava disputa dentro do PV para ficar neutra no 2º turno

Correio Braziliense - Alana Rizzo - Vinicius Sassine


Brasília e São Paulo — O grupo da senadora Marina Silva é minoria dentro do Partido Verde (PV) — corresponde a menos de 20% dos integrantes da executiva nacional — e vem encontrando dificuldades para fazer prevalecer a decisão política mais desejada por Marina e seus aliados: a neutralidade no segundo turno da eleição presidencial, sem declaração de apoio a José Serra (PSDB) ou a Dilma Rousseff (PT). Depois de enfrentar petistas e tucanos e sair das urnas com 19,6 milhões de votos, o que despertou uma corrida pelo apoio da candidata verde, Marina trava agora uma disputa com os dirigentes que dominam o PV.

Dos 58 membros da executiva nacional, 10 são do grupo da senadora. Eles se filiaram ao PV com Marina, em agosto de 2009, e não têm poder suficiente para barrar o apoio do partido a José Serra, como desejam as antigas lideranças verdes de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A votação expressiva obtida por Marina e o ganho de capital político — o apoio da senadora passou a ser considerado decisivo para a eleição do novo presidente da República — evidenciaram o racha existente no PV desde a chegada dos ex-petistas. Indicados para cargos na executiva, na secretaria e na coordenação nacional, Marina e aliados chegaram à legenda sob a promessa de mudanças no estatuto e nos programas do partido, o que não ocorreu.

A ala da senadora discorda e critica, por exemplo, as chamadas comissões provisórias, em que o presidente da sigla nomeia dirigentes nos estados e nos municípios. Em troca, esses dirigentes regionais validam as escolhas da executiva nacional, como o Correio constatou em entrevista com as lideranças. Questionadas sobre qual deve ser a posição de Marina no segundo turno, a resposta é quase unânime: vão seguir a decisão da executiva nacional.

O PV é um partido sem unidade regional. Em decisões nacionais, segue a cartilha ditada pelas lideranças de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Partiram de líderes do Rio, 40 dias antes da eleição, as primeiras iniciativas de apoio do partido a José Serra no segundo turno. A dois dias da votação, foi a vez de o presidente nacional do PV, José Luiz Penna, manifestar a intenção de apoio a Serra. Nas duas ocasiões, a coordenação da campanha de Marina à Presidência negou qualquer aproximação nesse sentido. Os coordenadores da candidatura pertencem ao grupo recém-filiado ao PV.

Representação
Com exceção do desempenho de Marina na disputa presidencial, o partido não obteve êxito nestas eleições. Nenhum dos 11 candidatos próprios aos governos estaduais foi eleito. Juntos, obtiveram menos de 3,5 milhões de votos. O PV elegeu 15 deputados federais, mesma quantidade de parlamentares da atual legislatura. A partir de fevereiro de 2011, quando Marina encerrar o mandato, a legenda não terá senador.

Em outros 14 estados onde a sigla fez parte de coligações para as disputas pelos governos, as composições foram as mais diversas. Seis alianças eram encabeçadas pelo PT ou por partidos da base governista. Outras quatro eram capitaneadas pelo PSDB e, em quatro estados, o PV integrou composições que duelaram com petistas e tucanos. Para driblar essa configuração dentro do PV, Marina e aliados se agarraram a uma resolução interna que determina a realização de convenção em caso de segundo turno na disputa presidencial. Entre a convocação dos filiados com direito a voto e a convenção, são necessários dez dias. Por isso Marina convocou a imprensa para dizer que uma decisão só será anunciada em 15 dias.

“A data da convenção será definida nesta semana”, afirma João Paulo Capobianco, que coordenou a campanha de Marina. Cerca de 200 filiados teriam direito a voto. Eles escolheriam entre o apoio a Serra, a Dilma ou a neutralidade. Mesmo correndo o risco de perder o capital político conquistado, adiar a decisão e envolver os “núcleos vivos da sociedade” foram as armas de Marina para barrar uma decisão apressada do PV. “Ela vai ouvir a sociedade, os movimentos sociais e o partido”, diz o ex-deputado federal Luciano Zica, que ingressou no PV com Marina, saídos do PT.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/10/06/noticia_eleicoes2010,i=216702/MARINA+TRAVA+DISPUTA+DENTRO+DO+PV+PARA+FICAR+NEUTRA+NO+2+TURNO.shtml